FDS “apertam” Nhongo

FDS – O governo provincial de Sofala anunciou hoje o reforço das Forças de Defesa e Segunracao (FDS) em estradas e povoações afectadas pelas incursões armadas do grupo dissidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) no Centro de Moçambique.

“Já há tempos em que vários líderes comunitários clamavam pela segurança na região, por isso que decidimos reforçar a equipe militar”, disse à comunicação social a secretária do Estado da província de Sofala, Stella Pinto Novo Zeca, à margem de uma visita de trabalho ao distrito de Machanga Sul, na província de Sofala.

Em causa estão as incursões atribuídas à autoproclamada Junta Militar da RENAMO, um grupo de guerrilheiros dissidentes do maior partido de oposição acusado pelas autoridades de protagonizar emboscadas e ataques a viaturas nas estradas e aldeias do Centro de Moçambique.

“As forças estão no terreno para garantir que haja uma transitabilidade segura”, frisou Stella Pinto Novo Zeca, reforçando os apelos para que a autoproclamada Junta Militar da RENAMO abandone as armas e opte pelo diálogo.

“Apelamos aos nossos irmãos que se encontram nas matas para cederem e vir a mesa do diálogo para que se possa alcançar a paz”, frisou.

O reforço do contingente militar na região ocorre num momento em que o líder da autoproclamada Junta Militar, Mariano Nhongo, manifesta abertura para dialogar, após grandes operações das forças governamentais que culminaram na detenção de três membros próximos de Nhongo, segundo informação avançada pelo chefe de Estado, Filipe Nyusi, na terça-feira.

Consta que Nhongo, acossado pelas Forças de Defesa e Seguranca (FDS), anda debilitado e tenta atingir a zona tampao do Parque Nacional da Gorongosa (PNG).

Há, igualmente, informacoes segundo as quais um dos seus mais incondiconais seguidores, André Matsangaissa Junior, sorinho do finndo fundador da RENAMO, André Matadi Matsangaissa, anda igualmente em apuros e estará a tentar negociar a sua rendicao às FDS

Os ataques atribuídos à Junta Militar da RENAMO no Centro de Moçambique já provocaram a morte de, pelo menos, 30 pessoas desde Agosto de 2019.

O grupo de Nhongo exige melhores condições de reintegração, a renegociação do acordo de paz de 2019 entre o Governo e a RENAMO e a renúncia do actual presidente do principal partido da oposição, Ossufo Momade, que acusam de ter desviado o processo de negociação dos ideais de seu antecessor, Afonso Dhlakama, um líder histórico que morreu em 0s de Maio de 2018.

O representante do secretário-geral das Nações Unidas em Moçambique, Mirko Manzoni, já havia anunciado que o grupo dissidente da RENAMO se manifestou disponível para negociar.

Em Outubro, o Presidente moçambicano decretou uma trégua na perseguição das Forças de Defesa e Segurança (FDS) à Junta Militar da RENAMO durante sete dias, mas tentativas de aproximação para um diálogo fracassaram, com as duas partes a trocarem acusações.

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