Filha de Marcelino agastada

Ulundi dos Santos, filha do veterano político e um dos fundadores da Frente de Libertação de Moçambique, Marcelino dos Santos, denunciou publicamente que anda decepcionada com o desempenho dos serviços consulares do seu país na vizinha República da África do Sul (RAS).

O desabafo de Ulundi foi feito sábado passado, em Joanesburgo, durante uma reunião envolvendo representantes do Consulado Geral de Moçambique na África do Sul e da comunidade moçambicana residente na região sul-africana de Gauteng.

Ulundi dos Santos, residente na RAS desde 1993, sustentou o seu estado de espírito com o facto de, em algum momento, ter tentado, debalde, obter um Bilhete de Identidade (BI) no Consulado Geral, acabando por se deslocar a Maputo para resolver o assunto.

“Se eu que, que sou filha do fundador (da FRELIMO) não consegui ter BI aqui no Consulado, o que dizer de um cidadão (comum)? ”, questionou a filha do veterano político Marcelino dos Santos.

De acordo com Ulundi, muitas crianças de moçambicanos em idade escolar não estudam na África do Sul por falta de documentos.

Ulundi dos Santos recordou que uma vez colocou esta questão numa reunião em que estavam presentes o actual Presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi e o então ministro dos negócios estrangeiros e cooperação, Oldemiro Júlio Marques Baloi.

Realçou nessa ocasião que existe um acordo entre Moçambique e África do Sul que estabelece que as crianças de moçambicanos que nascem na África do Sul devem ser registadas no ministério sul-africano do Assuntos Internos, mas este recusa registá-las e “as autoridades moçambicanas não fazem nada contra isso”.

O Conselheiro do Consulado geral de Moçambique na África do Sul, Carlos Manhiça, puxou da sua experiência diplomática para acalmar Ulundi e outros elementos da comunidade presentes na sala que gesticulavam em apoio de filha de Marcelino dos Santos, defendendo a “partilha de responsabilidade” entre os envolvidos.

Manhica foi socorrido pela presidente da Assembleia Geral da Comunidade de Gauteng, Graça Macuácua, com apelo aos líderes comunitários a “fazer o seu trabalho na base”.

THANGANI WA TIYANI, CORRESPONDENTE NA ÁFRICA DO SUL

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