Fim das negociações
Os mandantes da liquidação física do membro do Conselho de Estado e antigo deputado da Assembleia da República pela bancada parlamentar da Renamo tinham como desiderato principal o fim das negociações de paz entre o Governo e a Renamo.
Esta é a conclusão a que chegou o colectivo editorial do boletim semana da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), “APerdiz”, reflectida no seu Editorial.
“Pondeca foi executado por elementos dos esquadrões da morte a mando daqueles que querem Moçambique a caminhar nas trevas. As razões que levaram a morte deste quadro intrasigente da RENAMO são de índole política. A RENAMO, não tem dúvidas que a morte de Pondeca foi orquestrada com propósitos de por um lado, forçá-la a abandonar as negociações e empurrar Moçambique para uma guerra sem fim, cuja finalidade continua sendo de aniquilar o próprio Presidente Afonso Dhlakama e apagar a RENAMO do mapa político moçambicano. Por outro lado, o assassinato visou atingir o propósito de adiar o próprio processo negocial, sobretudo a discussão e materialização da descentralização administrativa e governativa na qual a vítima estava envolvida com sucesso. Ao optarem por matar Jeremias Pondeca, quiseram dizer que não estão interessados em dialogar, muito menos em que o país tenha uma Paz (…) Não compreendemos até agora porque razões ainda o lado da Frelimo na mesa das negociações não apresentou nenhuma sugestão sobre as matérias que estão em discussão. Não se tratou apenas desta posição de recusa indirecta que o processo avance, como também as próprias negociações foram sendo ao longo deste período ridicularizadas por outro braço dos esquadrões da morte, o famigerado e nocivo G40, que como todos sabemos estão ao serviço do partido no poder a avaliar pelo alinhamento dos seus pronunciamentos. Continuamos a acreditar que esta saga assassina contra os militantes da RENAMO, vai continuar enquanto se finge estar a se negociar, quando na verdade o objectivo é ganhar tempo. O que não queremos acreditar, e nem devemos aceitar, é que a RENAMO continue impávida perante esta onda de assassinatos dos seus membros. A RENAMO está sendo empurrada a fazer alguma coisa que possa demonstrar que está interessada em defender os seus membros. A RENAMO não pode continuar a deixar a Frelimo a assumir-se como dona de tudo, inclusive da vida das pessoas”
Fonte: “A Perdiz”