FMI adverte

A missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Maputo adverte que Moçambique precisará de mais medidas de ajuste macroeconómico em 2017, apontando a contenção salarial e a eliminação gradual dos subsídios gerais a bens de consumo.
Num comunicado emitido esta terça-feira, no fim de uma visita entre 01 e 12 de Dezembro a Maputo, a missão do FMI saudou o “ambiente construtivo e de colaboração” do diálogo com as autoridades moçambicanas, bem como o “bom progresso em várias questões técnicas”, mas avisou que serão necessários mais ajustes de consolidação da estabilidade macroeconómica e financeira, de modo a abrir espaço para um novo programa apoiado pelo Fundo.
Em concreto, a missão do FMI apontou a necessidade de uma “atenção especial à contenção da expansão da folha salarial e eliminação gradual dos subsídios gerais aos preços”.
Ao mesmo tempo, o Fundo reiterou a mensagem de que o Governo moçambicano deve garantir a proteção dos programas sociais críticos e o reforço do sistema de segurança social, de modo a “amortecer o impacto dessas medidas sobre as camadas mais vulneráveis da população”.
Entre as medidas que o FMI entende serem essenciais no próximo ano, inclui-se igualmente a limitação dos riscos fiscais de algumas empresas públicas.
“Mobilizar receita adicional através da redução de isenções fiscais e fortalecimento da gestão da receita é também essencial. Em adição, a missão destacou que um compromisso sólido para com o ajuste fiscal é um elemento essencial para facilitar as discussões sobre a reestruturação da dívida com os credores”, assinala o comunicado.
O FMI e os doadores do Orçamento do Estado suspenderam a ajuda a Moçambique em Abril deste ano, no seguimento da divulgação de empréstimos escondidos garantidos pelo Governo, entre 2013 e 2014, no valor de mais de USD 1,4 mil milhões, e que se somaram aos encargos já conhecidos da Empresa Moçambicana de Atum (Ematum), contratados em igual circunstância.

REDACÇÃO

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