FMI regressa em 2017, se…
O FMI considera que Moçambique está a dar os passos iniciais para tornar a sua dívida sustentável e espera retomar o apoio ao país até ao segundo trimestre de 2017, anunciou hoje o representante da instituição em Maputo.
“A data exacta não é possível definir, mas tenho esperança de que no fim do primeiro trimestre, início de segundo trimestre, estamos aí. Tomara que esteja certo”, declarou Ari Aisen, representante permanente do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Maputo, durante uma conferência promovida pelo Financial Times na capital moçambicana.
Ari Aisen referiu que há um diálogo diário entre a instituição e o Governo no sentido de retomar o apoio a Moçambique e que não deverá passar pelo programa que foi suspenso este ano devido à revelação do escândalo das dívidas escondidas: “Parece mais provável que seja um novo programa, mas também isso discutido”.
Para o representante do FMI, Moçambique está a dar “passos certos” nos três elementos que o Fundo entende serem cruciais para o seu retorno ao país.
“Já houve um passo importante dado, no sentido da reestruturação da dívida, as políticas macroeconómicas estão sendo ajustadas na direcção correcta e, na auditoria, que é um tema fundamental, houve um trabalho bastante intenso com a Procuradoria-Geral [da República] e espero que rapidamente vamos ter boas noticias”, afirmou.
Ari Aisen advertiu, porém, que estas medidas são apenas o início e não o final do processo: “Obviamente que o programa do FMI não vem ao país só depois de os problemas estarem resolvidos. Se não para quê um programa do FMI?”.
O representante do Fundo lembrou que a revelação de USD 1,4 mil milhões de encargos garantidos pelo Estado, à revelia dos parceiros internacionais e do parlamento, levantou um “problema de confiança”, mas disse não ter motivo para acreditar que haja mais dívidas escondidas.
Em todo o caso, alertou, essa questão só será respondida de “forma definitiva” na auditoria internacional independente.
“Precisamos da auditoria para produzir informação transparente ao povo de Moçambique, que merece saber a resposta dessas importantes questões”, defendeu.
REDACÇÃO