Frelimo acusa Renamo
A Frelimo, partido no poder em Moçambique, acusa a Renamo, principal partido da oposição, de usar a guerra como arma de chantagem e lançar o país para a instabilidade, visando tomar o poder a qualquer preço.
Falando hoje em conferência de imprensa de resumo das discussões da 10.ª Conferência Nacional de Quadros da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), que decorre desde sábado na cidade da Matola, província de Maputo, o porta-voz do partido no poder, António Niquice, acusou a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) de hipotecar os esforços do país na luta contra a pobreza.
“O povo quer uma paz duradoura, uma paz efectiva, que não pode ser objecto de qualquer tipo de chantagem, o povo moçambicano não quer ver hipotecada a necessidade de continuar a desenvolver o país por imperativos de um grupo de indivíduos que a qualquer preço julga que tem que governar”, declarou Niquice.
Com as suas acções armadas, prosseguiu o porta-voz da Frelimo, a Renamo quer impedir o progresso do país e colocar em causa a paz, um bem colectivo de todo o povo moçambicano.
Segundo António Niquice, os quadros da Frelimo manifestaram confiança nas negociações em curso entre o Governo e a Renamo, na presença de mediadores, visando a restauração da estabilidade, assinalando que as duas partes vão criar condições para que o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo se encontrem visando selar um acordo de paz definitivo.
Niquice sublinhou, contudo, que o encontro entre as delegações do executivo e do principal partido da oposição tem apenas um carácter consultivo, cabendo aos órgãos de soberania, nomeadamente a Assembleia da República, o papel de sufragar as decisões emanadas das duas partes.
A 10.ª Conferência Nacional de Quadros da Frelimo está reunida para preparar até segunda-feira as teses para o 11.º Congresso do partido no poder, agendada para 2017.