Governo acusa RENAMO

Governo, por intermédio do ministro da Defesa de Moçambique acusou hoje a Renamo de violar o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em Agosto, considerando que os elementos que estão a protagonizar ataques no centro país são do principal partido de oposição.

“[A Renamo] não está a honrar com os acordos assinados porque os elementos que estão a protagonizar os ataques praticamente são da Renamo”, disse Atanásio Mtumuke, falando momentos antes de dirigir uma cerimónia de encerramento de um curso militar na capital moçambicana.

Em causa estão os ataques que têm sido registados nas províncias de Manica e Sofala, nos dois dos principais corredores rodoviários do país, a EN1, que liga o Norte ao Sul do país, e a EN6, que liga o porto da cidade da Beira ao Zimbábue e restantes países do interior da África Austral.

As incursões, que já causaram pelo menos 11 mortos desde Agosto deste ano, acontecem num reduto da Renamo, onde os guerrilheiros se confrontaram com as forças de defesa e segurança moçambicanas e atingiram alvos civis até ao cessar-fogo de Dezembro de 2016.

Entretanto, o porta-voz da Renamo, José Manteigas, voltou a rejeitar a autoria dos ataques, considerando que o partido está a cumprir com o desarmamento que constam do acordo de paz de 06 de Agosto deste ano.

“A Frelimo [partido no poder em Moçambique] é que andou a criar espaço para que estes ataques surgissem e agora, porque não consegue responder e resolver o problema, está a acusar a Renamo. Nós não temos nada com estes ataques”, frisou José Manteigas.

Apesar de rejeitar qualquer ligação, um grupo dissidente (considerado “desertor” pela Renamo) liderado por Mariano Nhongo permanece entrincheirado na região, reivindicando melhores condições de desmobilização e exigindo a renúncia do actual presidente do partido, Ossufo Momade.

Por sua vez, a RENAMO tem repetidamente acusado o Governo de ter violado o Acordo de Paz Definitiva e Reconciliação Nacional, por, alegadamente, ter pautado por enchimento de urnas, com auxílio da polícia e dos órgãos eleitorais, no dia da votação em 15 de outubro passado.

É por isso que a RENMO já veio a público referir que até pondera não permitir a tomada de posse dos deputados eleitos pelas suas listas nas eleições de Outubro, por não reconhecer a lisura do processo

 (Correio da manhã de Moçambique)

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