Grito de socorro de pessoas com deficiência visual
No dia 22 de Julho de 1969 foi fundado o Instituto de Deficientes Visuais da Beira, “I-D-v”, por Acis Milto, como instituição do ensino particular.
A sua finalidade era garantir que os deficientes visuais em Moçambique conseguissem estudar e ler, de modo a afastar a tristeza de que não são nada no mundo.
Hoje, os deficientes visuais em Moçambique conseguem ler, escrever, jogar futebol e manejar telefone e computador.
Têm uma bola especializada para pessoas com deficiência visual. A bola tem guizos por dentro e quando está em movimento produz um som, por isso é possível seguir o seu rasto.
Antes de aprenderem a usar o computador, são desactivados todos os serviços, ficando apenas o sistema nvda “leitor da tela”, para dizer o nome de cada tecla e somos obrigados a decorar. Nenhuma tecla está escrita em Braille no computador, mas, com a ajuda do sistema, nvda, conseguimos fazer tudo o que nós precisamos.
No telemóvel o sistema talkback, que é também leitor da tela, lê tudo o que está no ecrã e diz como entrar naquela pasta.
As letras:
Como nós sabemos que no computador as letras estão organizadas em fila, ao querer escrever nós já temos conhecimento que q, w, e, r, t, y, u, i, o, p estão na mesma fila. A, s, d, f, g, h, k, l, estão na mesma fila. Z, x, c, v, b, n, m estão na mesma fila e, ao tocar em cada letra, o sistema talkback lê o nome daquela letra.
Braille:
Para começar, são letras formadas por código e o Braille possui seis pontos e dentro deles encontramos todas as letras de A até Z.
Como aprender o Braille?
Como em Moçambique há falta de materiais para aprender o Braille, o favo de ovo também serve.
Vamos cortá-lo e deixá-lo com seis buracos. Depois de termos no favo seis buracos apenas, vamos levar seis bolinhas e vamos preencher aqueles buracos.
Do lado esquerdo começamos a contar por um no primeiro buraco de cima.
A seguir, dois.
Por baixo de dois, três. Portanto, no lado esquerdo temos:
1, 2, 3.
No lado direito temos:
4. 5. 6.
Exactamente são seis pontos. No favo começamos a contar do lado esquerdo para o direito.
Na pauta as coisas já vão mudando. Começamos a contar do lado direito para o esquerdo.
No lado direito. 1, 2, 3 e no lado esquerdo 4, 5, 6. Isso na pauta, e não no favo.
Porquê tem sido desta forma?
Na pauta escrevemos começando do lado direito, pois o término viramos o papel. Logo, o que escrevemos no lado direito vai para o lado esquerdo.
Letra A, ponnto 1.
B. Ponto 1 e 2.
C. Ponto 1 e 4.
D. Ponto 1 4 e 5.
E. Ponto 1 e 5.
F. Ponto 1 2 e 4.
G. Ponto 1 2 4 e 5.
H. Ponto 1 2 e 5.
I. Ponto 2 e 4.
J. Ponto 2 4 e 5.
K. Ponto 1 e 3.
L. Ponto 1 2 e 3.
M. Ponto 1 3 e 4.
N. Ponto 1 3 4 e 5.
O. Ponto 1 3 e 5.
P. 1 2 3 e 4.
Q. Ponto 1 2 3 4 e 5.
R. 1 2 3 e 5.
S. Ponto 2 3 e 4.
T. Ponto 2 3 4 e 5.
U. Ponto 1 3 e 6.
V. Ponto 1 2 3 e 6.
W. Ponto 2 4 5 e 6.
X. Ponto 1 3 4 e 6.
Y. Ponto 1 3 4 5 e 6.
Z. Ponto 1 3 5 e 6.
* jovem com deficiência visual