Haja humanismo, parteiras!
Haja humanismo – Celebrou-se, recentemente, o Dia Internacional do Enfermeiro, cujos profissionais deviam ser os que, todos eles, tratassem os seus pacientes com delicadeza e humanismo, pelo facto de lidarem com vidas de seres humanos.
Afinal de contas não é à toa que o Mistério da Saúde (MISAU) tem como lema “O nosso maior valor é a vida”. Era suposto todos, sem se olhar à classe social, idade, faixa etária, ou mesmo a condição, serem tratados condignamente.
Intrigante é, infelizmente, assistirmos a tudo, menos o que é suposto, da parte da maioria dos enfermeiros, manchando a imagem de toda uma classe.
São antigas e abundantes denúncias de violência obstétrica nas nossas maternidades, quando algumas mulheres procuram por estes serviços de saúde durante a gestação, na hora do parto, ou pós-parto.
A Bíblia Sagrada diz, em Salmos, que os filhos são herança do Senhor, uma recompensa, que Ele dá, tese que é sublinhada no Livro de Géneses, segundo o qual a Humanidade deve ser multiplicada.
Podendo não haver registo de denúncias formais destas ocorrências, são, no entanto, várias e de domínio público denúncias de mulheres que já foram vítimas de violência obstétrica, física, psicológica e chantagem nas maternidades.
Sabe-se que mulher que vá à maternidade pública e não leve consigo algum dinheiro para “massagear” algumas enfermeiras, só com muita sorte volta a casa com o bebé e quem o faz, e de forma mais abastada, é tratada como rainha ou princesa.
Muitos devem estar recordados do caso, ocorrido na Cidade de Maputo, em que uma mulher entrou, sofridamente, em trabalhos de parto no pátio do hospital, tudo, porque não foi observada cuidadosamente, antes foi obrigada a voltar para casa sem a observação, não obstante evidenciar dores intensas, tudo porque não tinha capacidade para “soltar” algum.
É profundamente triste, quando se sabe que as queixas de vítimas de violência obstétrica são praticadas por outras mulheres, muitas delas com experiências do que são, efectivamentes, as dores de um parto.
No dia da graduação, todas as parteiras e enfermeiras juram que vão jurou-se lutar pela vida, mas não é o que de algumas observamos nos nossos hospitais.
Estes meus rabiscos não pretendem de alguma forma atacar ninguém, tão somente apelar aos enfermeiros, com particular ênfase às parteiras e enfermeiras, por mais empatia com as mulheres que procuram usufruir do Vosso saber, lhe providenciando bom atendimento, guiados pela mágica frase O nosso maior valor é a vida!
NOÉMIA MENDES
Este artigo foi intitulado foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 17 de Maio de 2023, na rubrica de opinião denominado OPINIÃO.
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