Idosa mata violador

Violador : A África do Sul, com 55 milhões de habitantes, incluindo descendentes de moçambicanos, lidera a lista dos países africanos com graves problemas de violação sexual de mulheres. No ano passado, cerca de 43 mil mulheres foram sexualmente violadas na África do Sul.

O número é mais ou menos igual ao da população do distrito de Mabote, província de Inhambane, região Sul de Moçambique.

Os dados são considerados muito conservadores, porque apenas 15 por cento das vítimas reportam os casos à esquadra mais próxima da Polícia.

Uma idosa da província sul-africana do Cabo Oriental, cujo nome não pode ser revelado para a segurança da filha, apunhalou até à morte um homem e feriu outros dois apanhados em flagrante a violar a sua filha de 27 anos de idade. A vítima mortal foi apanhada em cima da jovem.

A idosa foi detida e acusada de homicídio de uma pessoa e tentativas de assassínio dos outros dois homens.

A notícia provocou coro de reacções na aldeia.

Os membros da comunidade juntaram-se, fizeram contribuições e pagaram 500 randes, cerca de 2500 Mt, de caução para a senhora aguardar julgamento em liberdade.

O Ministério Público preparou e submeteu a papelada da acusação ao tribunal de Lady Frere, na cidade de Porto Elizabete.

Uma advogada ofereceu-se para defender a idosa a custo zero enquanto a comunidade fazia angariação de fundos para custear o processo judicial, tendo conseguido 120 mil randes.

O primeiro jurista que recebeu o processo passou-o para um outro juiz superior e este recusou julgar a senhora acusada de homicídio voluntário.

Perante a recusa, o Ministério Público retirou nesta segunda-feira a acusação durante a primeira sessão de audição.

A audiência explodiu de alegria com o anúncio da anulação do caso contra a idosa. Desde a ocorrência do incidente em Setembro último a Comunicação Social promoveu vários debates sobre o caso.

Uns diziam que ninguém pode fazer justiça com as próprias mãos, mas outros defendiam que apanhar alguém em cima a violar sexualmente a filha é bastante justo tomar medidas severas de punição sobretudo num país em que a Polícia e a Justiça são suspeitas de “comerem” com ladrões e criminosos.

Enquanto preparava a redacção desta crónica, recebi a notícia de que um carro-ambulância chamado a socorrer um doente fora sequestrado na noite desta terça-feira no bairro de Alexandra, norte de Joanesburgo.

Os sequestradores levaram bens dos ocupantes, incluindo dos acompanhantes do doente.

Disseram que era a segunda vez que um incidente similar ocorria em menos de um mês em Alexandra.

Os pobres gritam por socorro.

THANGANI WA TIYANI

Este texto foi publicado em primeira mão na versão PDF  do Correio da manhã no dia 11 de Outubro de 2017, na rubrica semanal RANCOR DO POBRE

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