Impressionante
Impressionante – Segunda-feira, dia 15 de Abril, foi dia do início do recenseamento eleitoral, mais um, antecedido de idênticas garantias de prontidão, mas na hora da verdade marcado pelas falhas de costume e respectivas justificações.
Rapidamente desencadeou-se a “bateria” de clamores e denúncias de “irregularidades”, emitidas principalmente pelos partidos da oposição, com a RENAMO à testa, e as chamadas organizações da sociedade civil, como são os casos do CIP e da Sala da Paz.
É verdade que há intervenientes que nisto se agitam apenas para “impressionar” os financiadores e alguns cidadãos incautos…
A própria Rádio Moçambique denunciou, na passada quarta-feira, que na província de Gaza, sul do país, pelo menos 34 brigadas estavam “totalmente paralisadas” desde o início do recenseamento eleitoral, porque as “fontes eléctricas” dos equipamentos oficialmente orçados em avultadas somas monetárias eram deficitários…
Em Nhamatanda, na Província central de Sofala, até terça-feira 36 das 46 brigadas criadas estavam ainda inactivas, igualmente devido a “problemas técnicos”.
Já em Sussundega, na também província central de Manica, alguns agentes da polícia estão a cobrar entre 50 a 100 meticais a quem queira se recensear, segundo o boletim sobre processos eleitorais em Moçambique, do jornalista Joseph Hanlon.
Na mesma província, concretamente em Muanza, apenas 30% das brigadas estabelecidas é que estavam activas até terça-feira, pelo menos.
Para não falar de alguns residentes do povoado de Mavoze, no distrito de Massingir, para quem o recenseamento eleitoral pode esperar, porque a prioridade é defender-se das hienas que ameaçam a povoação, idos do vizinho Parque Nacional do Limpopo.
Impressionante, tudo isto a acontecer, como nomes, menos o de “anormalidade”, pelo que no fim se dirá que essas irregularidades todas não afectam o resultado final e que “está tudo numa boa” e ninguém é culpado de nada, logo, nada de responsabilizações.
De nada valem as exigências da RENAMO para a demissão do Director Geral do STAE, porque cairão em saco roto. A “perdiz” devia saber que “em equipa ganhadora nunca se mexe”. Seguramente quem mexe no tabuleiro em Moçambique pode ser tudo, menos parvo.
Depois virá a “eleição” propriamente dita, com toda a desorganização organizada como marca, e, no fim, se dirá que essas irregularidades em nada afectam os resultados finais.
E depois vão mais uns cinco anitos, e em 2024 há mais, para quem cá estiver.
Impressionante, salvo melhor entendimento, me parece que há pouco ou nulo entusiasmo nesta peça teatral toda. Vejam que diferentemente de 2017, nas vésperas das eleições autárquicas, desta vez não se ouvem juras nenhumas do tipo “em Outubro a gente se vê! ”.
O que quererá isto significar?
REFINALDO CHILENGUE
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 26 de Abril de 2019, na rubrica semanal denominada TIKU 15 !
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