Insurgentes exigem resgate

Os insurgentes extremamente violentos que atacam algumas regiões do Norte de Moçambique estão a exigir resgates para soltar pelo menos oito “colaboradores humanitários” a soldo de instituições internacionais raptados durante o recente ataque a Macomia, em Cabo Delgado.

Os nossos informantes referem que os jihadistas estão a reclamar um mínimo de um milhão de meticais por cada refém, incluindo um estrangeiro de uma nacionalidade não especificada, sabendo-se apenas que é de um país do Norte de África.

As nossas fontes não especificaram os canais em uso para tratar dos resgates dos reféns que devem estar escondidos nas densas matas de Mucodjo.

Sabe-se que os militantes islamitas já devolveram a perto de dezena de viaturas que haviam levado de Macomia que foram usadas para o transporte de bens recolhidos naquela região (Redactor N.° 6816, págs. 1 e 2).

Entre as viaturas levadas pelos insurrectos constam as pertencentes a organizações não-governamentais como a Care International, Médicos Sem Fronteiras (MSF), Comité Internacional da Cruz Vermelha, entre outras, factos evidenciados através de numerosas fotos divulgadas pelos rebeldes através dos seus canais de propaganda.

O Norte de Moçambique, principalmente a província de Cabo Delgado, enfrenta desde Outubro de 2017 uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico, combatida desde 2021 com o apoio dos militares do Ruanda e dos países da África Austral, esta última em processo de retirada do terreno desde Abril, a concluir até Julho próximo.

Na semana passada, o Ruanda anunciou o reforço do seu contingente até então estimado em cerca de 2500 militares, confirmando um dado avançado pelo jornal Redactor na sua edição de 2 de Maio de 2024.

“Esta semana está a desembarcar mais um contingente, não para trocar [revezar os militares], mas para acrescentar o fluxo. E isso sobretudo por causa da saída da SAMIM [Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral], e quando sair definitivamente da zona de Macomia vamos ocupar”, referiu Filipe Jacinto Nyusi, o comandante supremo das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e Presidente da República de Moçambique, em declarações aos jornalistas durante o balanço da visita de dois dias ao Ruanda que terminou na sexta-feira.

“Não porque Moçambique não pode [assegurar a defesa], mas não se combate terrorismo só. Mas a responsabilidade maior é dos moçambicanos”, enfatizou Nyusi, que também se reuniu em Kigali, nesta visita, com o presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné (Redactor N.° 6821, págs. 1 e 2).

Redactor

Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 21 de Maio de 2024.

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