Assassino de Chris Hani esfaqueado na cadeia
Janusz Jakub Waluś, um polaco associado à extrema direita e que em 10 de Abril de 1993 quase mergulhava a África do Sul num banho de sangue, ao assassinar, na via pública, Chris Hani, um destacado combatente anti-apartheid, foi esfaqueado esta terça-feira (29 de Novembro), numa cadeia sul-africana por um outro recluso.
Os serviços correcionais da África do Sul afirmam que Waluś foi esfaqueado por “um ferrenho apoiante do Congresso nacional Africano (ANC) ”, dias depois de o Tribunal Constitucional ter concedido liberdade condicional ao polaco, que deveria vigorar a partir desta quinta-feira, 01 de Dezembro deste 2022.
Sem entrar em detalhes, esta instituição fez saber que a situação e saúde de Waluś, hoje com 69 anos de idade, “é estável”.
A decisão do juiz Raymond Zondo, Presidente do Tribunal Constitucional, de mandar soltar condicionalmente Waluś, de imediato suscitou severas críticas, incluindo dos familiares directos de Chris Hani, bem como do ANC e do Partido Comunista da África do Sul, partido que liderava à data da sua morte, entre outros manifestantes.
Limpho Hani, viúva de Hani, morto aos 51 anos de idade, foi uma das vozes que se insurgiram em termos duros contra a decisão de Zondo.
“Mesmo que ele saia da prisão, deve saber que os sul-africanos não estão felizes”, dizem alguns dos manifestantes contra a decisão do juiz Raymond Zondo.
Poucos acreditam numa acção concertada para este incidente e a tese que se cultiva em meios institucionais é a de que o recluso que atacou Waluś, não identificado, o tenha feito a solo.
O Ministro do Interior sul-africano, Aron Motsoaledi, deixou claro que após a soltura, Walus deve permanecer na África do Sul e fica proibido de “utilizar quaisquer documentos de viagem ou documentos emitidos pela embaixada da Polónia no país”.
Pela morte de Hani, Janusz Waluś havia sido condenado a prisão perpétua.
RAULINA TAMO, correspondente na África do Sul