Juntar-se ao DDR
Juntar-se ao DDR (Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) é a única opção que resta aos integrantes da Junta Militar da RENAMO, conforme reiterou hoje o Presidente da República de Moçambique.
Filipe Jacinto Nyusi assim falou hoje em Maputo, dirigindo-se aos dissidentes armados da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, classificando-os como um obstáculo para a preservação da paz na região centro do país.
“A outra afronta à paz são os ataques, em pontos localizados das províncias de Manica e Sofala, pela Junta Militar da RENAMO”, disse Nyusi.
Filipe Nyusi apelou ao grupo liderando pelo major-general Mariano Nhongo para aderir ao processo de DDR, acordado com a direcção [oficial] da RENAMO e com o apoio da comunidade internacional, para o fim de constantes ciclos de violência armada entre as forças governamentais e os antigos membros do que foi o braço armado do principal partido da oposição.
“Apelamos, mais uma vez, à Junta Militar da RENAMO para ganhar a consciência de que a solução mais acertada é juntar-se ao DDR”, enfatizou o chefe de Estado moçambicano.
Oficialmente, os ataques da Junta Militar da RENAMO já provocaram a morte de, pelo menos, 30 pessoas desde Agosto de 2019.
A Junta Militar da RENAMO contesta a liderança do partido (Ossufo Momade) e as condições para a desmobilização decorrentes do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado a 06 de Agosto de 2019 entre o Governo e a RENAMO oficial.
‘Jihadistas’ no Norte
Num outro desenvolvimento, Filipe Nyusi exortou os jovens moçambicanos que combatem ao lado dos grupos armados rebeldes em Cabo Delgado, Norte do país, a regressarem a casa, assegurando-lhes proteção.
“Sobre o terrorismo em Cabo Delgado, usamos esta ocasião para, mais uma vez, chamar à consciência dos nossos concidadãos, na sua maioria jovens entre os 14 e 20 anos, a não hesitar em retornar às suas famílias”, declarou Filipe Nyusi.
Nyusi falava numa comunicação à nação, por ocasião do feriado do Dia dos Heróis Moçambicanos, que se assinala hoje.
“Sabemos que [os jovens arrependidos] não têm coragem [de voltar às suas comunidades] por receio de retaliação, mas nós instruímos as estruturas locais e as Forças de Defesa e Segurança para os receberem em harmonia”, prosseguiu.
A acção de grupos armados em Cabo Delgado, prosseguiu, constitui um desafio para a manutenção da paz e segurança no país.
A violência armada em Cabo Delgado está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
Algumas das incursões de insurgentes passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019.
Redactor