Justiça moçambicana

Justiça moçambicana  – Esta semana demorei escrever a crónica semanal do Rancor do Pobre até as últimas horas da tolerância de deadline.

Estava à espera de ver últimos acontecimentos na África do Sul ou na região, continente e no Mundo para não escrever coisas menos relevantes.

Na verdade, não tardou chegar a partir de Moçambique a notícia da detenção de oito indivíduos envolvidos num esquema de corrupção que lesou o pobre estado moçambicano em 1.2 bilião de meticais.

Os detidos são acusados de abuso de isenção de direitos aduaneiros na importação de diversos produtos, alegadamente para vítimas de terrorismo em Cabo Delgado. O Estado foi ludibriado por gananciosos e terroristas não muito diferentes daqueles que brutalizam populações em Cabo Delgado.

Usaram o nome das vítimas de terrorismo para ganhar dinheiro, aldrabando o Estado preocupado com mais de 800 mil deslocados de guerra sem nada.

Algumas pessoas que viram a notícia nas televisões disseram que os implicados na fraude de importação de produtos deviam ser fuzilados.

Eu concordo com elas. Não se pode usar o nome das vítimas de terrorismo para fazer dinheiro em Maputo ou noutra região do país, da região ou Mundo.

O sistema judicial moçambicano deve ser menos carinhoso com bandidos e terroristas. A moldura penal deve ser revista para agravar penas de prisão.

Na África do Sul, o sistema judiciário foi pressionado e agiu rapidamente para rever moldura pela quando o país começou a registar estupros ou violações sexuais de crianças por homens infectados por HIV, com a crença de que fazer sexo com uma criança curava SIDA.

Então face à realidade, a justiça sul-africana passou a agravar severamente penas de prisão de estupradores de crianças.

Enquanto escrevia a crónica um colega jornalista descarregou no meu telemóvel mais de 20 fotografias e vídeos de fardos de roupa, casas e carros de luxo adquiridos através da fraude de isenção de direitos aduaneiros.

É o cúmulo da vergonha e da falta de escrúpulo.

Em Cabo Delgado, militares moçambicanos e de outros países na frente de combate morrem para o bem dos moçambicanos.

Todos os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) estão moralmente envolvidos na guerra contra o terrorismo em Moçambique.

Entretanto, apenas cinco países de um total de 16 estados membros da SADC enviaram homens e mulheres para as frentes de combate em Moçambique.

Para mim é lamentável que apenas cinco países tenham enviadas forças para o combate ao terrorismo quando todos reconhecem que este fenómeno pode chegar às suas próprias fronteiras.

Não tenho informação sobre contribuições financeiras ou logísticas dos estados para sustentar a máquina de guerra que funciona em Cabo Delgado.

Apenas a África do Sul anunciou a despesa financeira dos seus militares em Moçambique. É muito dinheiro.

A África do Sul e o Botswana já perderam seus homens no teatro de operações em Moçambique e não há dinheiro que pague a vida de uma pessoa.

É lamentável que em Moçambique, homens abusem da generosidade dos vizinhos para fazer dinheiro ilicitamente em nome da guerra que mata, desaloja e destrói vidas de pessoas.

O Rancor do Pobre apela a justiça para que os detidos sejam exemplarmente castigados. (Justiça moçambicana)

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi intitulado “Justiça moçambicana deve ser menos carinhosa”, foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 19 de Janeiro de 2022, na rubrica de opinião denominado O RANCOR DO POBRE

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