Líderes da SADC escondem
Líderes da SADC – A comunicação social foi marginalizada na mini-cimeira dos líderes da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) realizada na segunda-feira em Maputo, capital de Moçambique.
Editores disseram que órgãos de informação foram informados Sábado que haveria mini-cimeira dos líderes da SADC, na Segunda-feira, em Maputo e não houve mais pormenores.
Consta que a informação foi dada apenas para a televisão pública nacional poder montar equipamento na Presidência da República para transmissão em directo do evento.
No entanto, chegado o dia, os presidentes de Moçambique, África do Sul, Botswana, Zimbabwe e Vice-Presidente da Tanzania e Secretaria Executiva da organização regional entraram na sala da reunião sem câmaras e fecharam as portas.
Não houve discurso habitual de abertura perante a imprensa.
No final do encontro emitiram comunicado de “conteúdo vazio” lido pela Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo Ndlovo, sem informação relevante para os mais de 230 milhões de habitantes da região preocupados com o terrorismo em Cabo Delgado.
A chefe da diplomacia de Moçambique não respondeu a perguntas de jornalistas sobre o encontro.
Como anfitrião do evento e presidente da SADC, Moçambique tinha melhor oportunidade de expor a guerra que já matou cerca de dois mil pessoas e provocou mais de 500 mil deslocados internos desde 2017.
É caso para dizer que a montanha da mini-cimeira de consulta pariu rato, com líderes sem se comunicarem com os deslocados desesperados sobre a chamada consulta de ao mais alto nível.
Mais de 230 milhões de habitantes da região queriam saber como é que doravante os líderes da SADC vão lidar com o terrorismo em Cabo Delgado. As populações de Cabo Delgado querem o fim da guerra. Não querem apoio, pois sozinhas podem produzir comida.
Em Novembro, houve uma cimeira extraordinária da Troika do órgão de cooperação política, defesa e segurança da SADC sobre a guerra terrorista na província moçambicana de Cabo Delgado.
O Presidente de Moçambique, país assolado pela guerra, fez-se representar pelo Ministro da Defesa Nacional, Jaime Neto.
A imprensa regional publicou notícias dizendo que Moçambique apresentara “shopping list” – lista de compras – para guerra.
Através da imprensa estatal, o governo tentou desdramatizar a ausência do chefe do estado na cimeira de Gaberone.
Moçambique está a cometer excessos no controlo de informação de interesse público. No tempo de partido único, na guerra com a RENAMO, havia informação, mesmo sendo parcial.
A lacuna da falta de informação independente era preenchida por rádios estrangeiras das quais incluíam a BBC, serviço português.
Com a abertura do pais à democracia e livre circulação de informação e o governo de Joaquim Chissano abriu portas para jornalistas.
O então Primeiro-Ministro de Chissano, Pascoal Manuel Mocumbi, dava briefings semanais e respondia a todas as perguntas de jornalistas sobre diversos assuntos.
A BBC, serviço português, fechou, pois, em Moçambique e Angola os cidadãos tinham quase toda a informação a partir da imprensa local. Agora, notícias sobre a guerra em Cabo Delgado são publicadas na imprensa estrangeira.
Jornalistas moçambicanos não têm acesso às notícias da guerra e nem da mini-cimeira realizada em Maputo.
THANGANI WA TIYANI
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 16 de Dezembro de 2020, na rubrica semanal O RANCOR DO POBRE
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