Mandato mais robusto: SADC

Mandato mais robusto – Os chefes de Estado dos países-membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovaram hoje a transição para um “mandato mais robusto” focado na estabilização das conquistas alcançadas pelas forças da organização que apoiam Moçambique no combate ao terrorismo.

“A Cimeira aprovou a transição da SAMIM, do Cenário 6 (Capacidade de Desdobramento Rápido) para o Cenário 5 (Força Multidimensional), com um mandato robusto”, indica a nota de imprensa emitida após uma Cimeira Extraordinária Virtual da Troika do Órgão mais os Países Contribuintes com Efetivos para a Missão da SADC em Moçambique (SAMIM, na sigla inglesa).

O documento não avança detalhes sobre o alcance desta transição, mas uma fonte da Presidência moçambicana esclareceu que o cenário 5 está virado à estabilização e desenvolvimento nas regiões conquistadas pelas forças da SADC, estando entre as prioridades o apoio à assistência humanitária.

Os chefes de Estado da SADC aproveitaram para endereçar condolências às famílias dos soldados dos países-membros abatidos durante as operações militares em Cabo Delgado, destacando o compromisso da organização para com a estabilidade regional.

“A Cimeira manifestou ainda o seu apreço à União Africana e aos Parceiros de Cooperação Internacional pelo apoio à estabilização da situação de segurança, bem como à recuperação e desenvolvimento socioeconómico da província de Cabo Delgado”, acrescenta-se no documento, que felicita ainda todos “países contribuintes com efetivos para a missão”.

A cimeira foi presidida pelo chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, na qualidade de presidente do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da SADC, tendo contado também com a participação de um total de 10 chefes de Estado e de Governo, incluindo o Presidente angolano, João Lourenço.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.

Desde Julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário. (Mandato mais robusto)

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