Mediadiadores só se…

Os mediadores do diálogo político entre o Governo e a Renamo afirmam que só regressarão ao país se forem convocados pela Comissão Mista que prepara o encontro entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder do maior partido da oposição, Afonso Dhlakama.
“Vamos regressar à Moçambique se formos convocados. Como vê, estou aqui de malas, prestes a viajar”, afirmou o coordenador da mediação internacional do diálogo, Mario Raffaelli, falando em Maputo, mas recusando avançar detalhes.
Esta é a primeira vez que os mediadores regressam aos seus países sem prestar declarações no final de uma ronda, como geralmente têm feito desde que o diálogo iniciou.
Em finais de Outubro do corrente ano, os mediadores apresentaram uma proposta de descentralização em Moçambique que estava sendo debatida nesta ronda e que terminou no dia 15 do corrente mês.
A proposta, já consensualizada, devia ser enviada à Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, no corrente mês.
Contudo, nesta ronda, caracterizada por poucas declarações à imprensa, a Comissão Mista anunciou a criação de um grupo que deverá elaborar os princípios que vão nortear a proposta de lei sobre a descentralização em Moçambique.
Após o anúncio da criação deste grupo, os mediadores foram se reunindo entre eles, mas sem prestar declarações à imprensa.
Em Agosto do corrente ano, a Comissão Mista criou uma sub-comissão para preparar um pacote legislativo sobre matérias relacionadas com a descentralização no país, que deveriam entrar em vigor antes das próximas eleições gerais.
Na altura, o Porta-voz do encontro, José Manteigas, membro da delegação da Renamo, teria dito que constavam, do pacote legislativo, assuntos relacionados com a revisão da Constituição da República, revisão da Lei dos Órgãos Locais do Estado e o seu Regulamento, incluindo a lei das assembleias provinciais.
Em meios habilitados tem se comentado reinar um certo mal-estar no seio da Comissão Mista, com a figura do próprio Mario Raffaelli muito fragilizada.
A Renamo acusa o Governo de estar a protelar um acordo de cessar fogo, com o intuito de executar um “plano obscuro”.
O Governo diz e repete que a sua prioridade é a paz.
Enquanto as desconfianças e os subterfúgios prevalecerem, o sofrimento da maioria dos moçambicanos continuará e o futuro destes incerto se manterá, sem deslinde à.

Redacção

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