Membros do Comité Central negaram Roque Silva
Nos últimos três dias, as canetas trabalharam, os cérebros funcionaram, as línguas levantaram e os sonhos voltaram à ribalta. Vivenciou-se na Frelimo algo jamais visto, o motor da sucessão estava sem arranque mostrando assim que o antigo dono não queria que ele arrancasse. Parasitismo avançado.
O mecânico ficou paralisado sem saber por onde começar, tinha de sofrer muito para arrancar a peça que estava enferrujada e que provocava ferrugem nas outras. Foram precisos três dias só para arrancar uma peça, felizmente ela saiu e o mecânico viralizou pela sua bravura e coragem em recusar a sugestão do dono para como tirar a peça e colocar outra a seu gosto sem observar a lei da mecânica.
Enquanto o mecânico nega a peça proposta para colocar pelo dono, eis que a mesma peça negada era um plástico roto e que não tinha futuro para que o carro andasse. Num outro quadrante, há um elefante grande que nega ser negado e até busca curandeiros para fixar-se no lugar ao invés de sair com honra.
Como falámos sempre, nenhum ditador vai longe, demos exemplos de ditadores que a África teve e continua tendo. Mas também falamos sobre a lei de retroactividade e também sobre o preço da arrogância. O Comité Central não só deu lição aos membros como também deixou uma mensagem ao antigo dono do carro, cujo teor é: “o New Man não fez algo que o partido gostou, não dirigiu o país e o partido conforme as leis mandam e era um arrogante…” por isso o abandonam.
A Helena Taipo teria dito num áudio bastante partilhado que “deixaram crescer o crocodilo…” e, de facto, os três dias responderam o áudio dessa visionária dirigente que hoje come no silêncio e num quintal fechado. Política mal feita é uma armadilha.
Quero eu acreditar que pelo número de abstenções na eleição do candidato, quase todos os membros da Frelimo não aprovaram a liderança do Nyusi. E agora papá Nyusi que viu a sua rejeição, depois do mandato onde irá ficar? Como será a sua vida fora das inaugurações, da Polícia, das olheiras virtuais que o bajulavam?
Alguns deles já se mostram que não estão mais consigo. Será que irás comer o pão que o diabo amassou? De hoje até Outubro, ninguém mais estará do seu lado e sentirá a dor do abandono. Da mesma forma que o senhor abandonou os moçambicanos, o Comité Central abandonou-lhe.
Ao Roque Silva fica a lição de que o orgulho não tem amizade e que a arrogância é um prato de comida podre, quem come no fim passa mal. Espero que não use mais os microfones que tanto desejava fechar. Mas para o senhor há uma saída: agende os shows já que é roquista, há adeptos mais fiéis do estilo de música que o senhor toca. O roque!
Ao passo que os outros vão fazendo chapo chapo (rápido rápido), o senhor vai rocando para vibrar com o violão nas mãos ao som da rejeição. Agora nós é que não queremos que o senhor se queira demitir numa altura em que o querer só funciona se alguém quer que se queira.
O Comité Central negou vergonhosamente o Roque Silva. Aliás, Roque Silva se negou e o Comité Central endossou a sua auto-negaçao. Sobre aquele que nega ser negado, vamos falar nos próximos dias. O elefante grande, quem irá pagá-lo se o seu amigo foi forçado a deixar a maçaroca?
JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA
Este artigo foi publicado em primeira mão na edição em PDF do jornal Redactor do dia 07 de Maio de 2024.
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