Meu país vai mal!
No meu país, a Republica de Moçambique, a responsabilidade de garantir a ordem segurança e tranquilidade publicas é da Policia da Republica de Moçambique (PRM) nos seus diferentes ramos em função do caso específico.
Regra geral, aos polícias vulgo “cinzentinhos” é atribuída a função de vigilância e ronda públicas, quer a pé, quer por meio de viaturas. São os primeiros agentes a aparecerem publicamente para a reposição da ordem, segurança e tranquilidade públicas. Nos casos em que se acha a agitação de maior magnitude, entram outros ramos, como sejam a polícia canina, a o GOE e outras.
Nesta reflexão pretendo colocar a minha indignação perante a actuação pública desta nossa polícia, através dos órgãos de comunicação social. Chegam-nos informação segundo a qual, na Província de Inhambane, na cidade com mesmo nome, dois agentes da PRM abordaram na via pública dois jovens que regressavam de uma festa. Infelizmente, não portavam documentos de identificação, motivo suficiente para levá-los à esquadra e, como forma de “punição” por não portar documentos, uma jovem foi sexualmente violada pelos dois agentes em plena esquadra, instituição do Estado! O namorado da violada fez queixa contra os dois agentes. Corajoso? Não! É assim como se exerce a cidadania.
A mesma PRM, na cidade e província de Maputo, é acusada de morte de dois jovens, numa situação em que os mesmos não mostraram resistência às ordens da polícia. O porta-voz “prefere” dizer que, um dos casos foi uma bala (acidental) perdida. Um dos agentes encontra-se a monte e a PRM não consegue localizar para ser responsabilizado pelos seus actos.
Mas a monte também estão os ladrões que aterrorizam os diferentes bairros da cidade de Maputo e Matola, sendo que a PRM não consegue detê-los e levá-los à barra da Justiça. Ou seja, existe membro da PRM a monte e existe ladrões a monte. Antevejo um grande desafio à nossa PRM, porque acredito que são elementos e não a corporação como um todo, pelo que, decorre um inquérito para o esclarecimento dos casos.
Na cidade de Maputo, é reportado o caso da morte de dois agentes da PRM no bairro do Hulene. Foram mortos e as armas arrancadas pelos bandidos, os mesmos bandidos acabavam de furtar uma viatura e os polícias iam em busca destes. Segundo depoimentos dos populares, os agentes da PRM até pediram socorro aos residentes do bairro mas, estes, com medo de serem mortos, não saíram do seu “conforto”, e o saldo é este!
Ainda na cidade de Maputo, parece oficial, os polícias de trânsito posicionam-se nos perímetros próximos dos semáfaros e caçam quem eventualmente passe com a luz amarelo/vermelho. Nos casos de mudança de direcção, as coisas complicam-se porque, estando o automobilista no meio e, os outros automobilistas só páram com sinal vermelho, que atitude deve tomar o automobilista que se encontra no meio da via? Recuar? Atrás de si tem mais viaturas, ficar parado onde estiver? Perturba aos que o sinal deu luz verde para passarem e este é o dilema do automobilista que deve responder por passar no sinal vermelho! Será.
Enquanto isso, as reportagens sobre as mortes por acidentes de viação não cessam, quer dentro das zonas urbanas quer nas estradas principais ou secundárias.
Reportou-se o acidente de viação na Matola-rio, onde, o camião trucidou um chapa que ficou praticamente irreconhecível.
Repare que estamos a falar de uma zona com polícias agentes de trânsito permanente. Estarão estes agentes a fazerem o seu papel ou pura e simplesmente limitam-se a exigir “refresco” como carta-branca para os desmandos?
Que se saiba, nos lugares onde existe polícia, qualquer automobilista, ainda que “indisciplinado”, procura conduzir com o máximo de prudência. Porque será que isto acontece exactamente, nas “barbas” da PRM? Porque!
Na Estrada Nacional Numero 4 (EN4), os acidentes são recorrentes, contudo, existe igualmente, ao longo da via, muitos “STOPS”. É preciso que se diga: muitas viaturas circulam com material de de construção e não obedecem as regras, vidros das viaturas ligeiras são partidos por pedra, porque os camionistas não cobrem as respectivas carroçarias com lona, uma coisa elementar.
Pessoalmente já chamei à atenção disso a um agente da polícia que se limitou a olhar para mim com “indignação”, como quem diz “quem és tu para dizer o que devo fazer”?
No entanto, curiosamente quase todas as carrinhas transportando mineiros ou retornados da África do Sul são obrigados a pararem em todos os locais onde existe a PRM!!!
Caso para dizer que, o meu país vai mal senhores!
Adelino Buque