Mirko Manzoni : JMR

Mirko Manzoni contactou hoje com a Junta Militar da RENAMO (JMR), na sua qualidade de Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto.

O facto foi tornado público pelo próprio Mirko Manzoni, por via de um comunicado por si lavrado e cuja cópia está em poder do jornal Redactor.

“Com o objectivo de buscar a paz na região Centro de Moçambique, viajei para me encontrar com o General Mariano Nhongo da Junta Militar da RENAMO (JMR)”, refere a nota escrita em Inglês e em Português.

A nota refere que houve dificuldades para a concretização de uma “reunião física” entre Manzoni e Nhongo, mas mesmo assim o Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto se congratula pela disponibilidade demonstrada pela cúpula da JMR para o diálogo.

“Posso confirmar o contato com ele e agradeço a sua disponibilidade para o diálogo e a sua proposta em enviar os seus representantes para iniciar o referido diálogo”, sublinha a nota do Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto em poder do Redactor.

“As armas não são a solução e não podem ser a língua oficial de uma nação que merece a paz.  O diálogo é o único caminho a seguir e encorajo todas as partes a evitar o uso de violência para expressar suas queixas”, diz Mirko Manzoni.

Aquele diplomata pede ao grupo de Nhongo para parar todos os ataques antes de qualquer diálogo e todos os actores devem agir no interesse exclusivo da paz.

Há pouco mais de um mês o presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, declarou uma trégua de uma semana, gesto ridicularizado por Nhongo e seus seguidores.

Esta semana, ao apresentar o “Estado da Nação” no Parlamento, Filipe Nyusi afirmou que ante a relutância da JMR em aderir ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) em curso, ao abrigo dos Acordo de Paz de 06 de Agosto de 2019, às Forças de Defesa e Segurança não restava outra alternativa senão activar “acções vigorosas” para enfrentar o grupo renegado da RENAMO.

Aparentemente este repto musculado do regime terá encontrado os integrantes da JMR em contrapé e, horas depois, o líder do grupo, Mariano Nhongo, manifestou disponibilidade para o diálogo, condicionando apenas para que o seu grupo de contacto tenha a integridade física salvaguardada.

2021 poderá ser um ano de novidades pelo menos em termos de paz na região Centro de Moçambique.

Redactor

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