Mo Farah moçambicano
Mo Farah – Estou a acompanhar com muito interesse a história de vida de Mo Farah, o fundista britânico traficado na Somália ainda menor (oito anos) e levado ilegalmente para a Inglaterra como empregado doméstico, com a obrigaçao de cuidar de outras crianças, e fazer limpezas domésticas. Farah cujo nome verdadeiro é Hussein Abdi Khahin foi roubado por uma senhora que ele nunca conheceu. O Nome Farah foi-lhe atribuído pelos seus traficantes e foi usurpado de uma outra criança somali. Durante muitos anos Mo Farah disse que chegou à Inglaterra com os seus pais, como refugiados, mas, na verdade, a mae e o seu irmao gémeo continuam na pobre Somália (ele os reencontraria muitos anos depois) e o pai morreu num tiroteio quando ele tinha 4 anos. Na Inglaterra ele foi submetido a maus tratos, passou fome e matriculou-se sozinho aos 11 anos, sem acompanhamento parental. Hoje, com 39 anos de idade, dez medalhas de ouro, globais, e o título de maior corredor de longa distância de todos os tempos, Mo Farah decidiu contar a sua verdadeira história. Porquê? provavelmente porque com o seu estatuto as pessoas que o chantageavam já nao o podem fazer. Segundo, tambem provavelmente, para denunciar o tráfico humano e as suas consequências.
Esta história leva-nos a um outro assunto corrente ligado a um caso muito badalado do nosso atletismo. Li no Savana desta semana que uma atleta de Tete, de 19 anos recrutada pelo treinador Alberto Lário há cinco anos (portanto ela com 14) vive com ele em sua casa, e outros “jovens” trazidos de outros cantos do país. A minha questao é como o Estado, através da Acçao Social e outros organismos pertinentes, validam, escrutinam, vigiam …. esses acordos entre os pais desses menores (muitos dos quais em situaçao de grande afliçao económica) e o treinador. Hoje achamos que qualquer resultado desportivo está acima da segurança emocional e até física desses “menores” mas, amanha, teremos ou nao a nossa versao de Mo Farah?
ARMINDO CHAVANA
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