Mobilização geral: Frelimo
Mobilização geral – O partido Frelimo, no poder desde a independência de Moçambique em Junho de 1975, apelou hoje a uma mobilização geral contra os “terroristas” na província de Cabo Delgado, assinalando que a defesa da soberania “é função primária do país”.
“Os ataques terroristas em Cabo Delgado desafiam a todos os moçambicanos, independentemente da tribo, etnia, raça e religião, a empenhar-se contra esta barbárie”, afirmou o chefe da bancada da Frelimo, Sérgio Pantie, no encerramento da sessão parlamentar.
Os moçambicanos, prosseguiu, têm “a responsabilidade primária da defesa da soberania”, sendo que os parceiros internacionais irão complementar a luta contra os grupos armados que protagonizam ataques na região norte do país.
“O problema do terrorismo em Cabo Delgado é um problema de Moçambique, mas é também da região da África Austral e cada país deve assumir as suas responsabilidades”, enfatizou Sérgio Pantie.
O chefe da bancada da Frelimo defendeu o apetrechamento e modernização das Forças de Defesa e Segurança (FDS) para estarem à altura dos desafios de segurança, manifestando confiança na vitória final contra o “terrorismo”.
“Unidos, vamos vencer o terrorismo, a nossa soberania é inalienável”, destacou.
Sérgio Pantie também exortou a sociedade moçambicana a reforçar a solidariedade para com as vítimas da violência armada na província de Cabo Delgado.
Após três meses de reuniões plenárias, a terceira sessão da legislatura (e primeira do ano civil) terminou hoje.
As reuniões plenárias ordinárias regressam em Outubro, caso não seja convocada qualquer sessão extraordinária, nos termos da lei e do regimento do órgão.
Na quinta-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que o país não vai conseguir, “sozinho, erradicar o terrorismo”, porque se trata de um fenómeno que não respeita fronteiras, agradecendo a ajuda internacional.
“Nós em Moçambique reconhecemos que sozinhos não conseguiremos erradicar este flagelo, daí que acolhemos com agrado a manifestação de solidariedade e interesse em apoiar-nos nessa luta”, disse Nyusi.
“A defesa da nossa pátria e soberania irá se tornar sustentável e duradoura, capacitando e modernizando as Forças de Defesa e Segurança, porque os apoios nunca serão para sempre”, declarou.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo terrorista Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes segundo o projecto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados de acordo com o Governo moçambicano.
Um ataque a Palma, junto ao projecto de gás em construção, a 24 de Março, provocou dezenas de mortos e feridos, sem balanço oficial anunciado.
As autoridades moçambicanas anunciaram controlar a vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar o recinto do empreendimento que tinha início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década. (Mobilização geral)
Redactor