Moçambicano ferido

Moçambicano ferido – Um moçambicano foi ferido a tiros na cabeça e na perna, na semana passada, e outros 45 nacionais de Moçambique foram detidos ao longo deste Abril no Município de Diepsloot, em Joanesburgo, na República da África do Sul.

Daniel Sitoe, chefe da comunidade moçambicana em Diepsloot, referiu que o nacional de apelido Matavele, natural de Chilembene, distrito de Chókwè, província de Gaza, Sul de Moçambique, está internado num hospital de Thembissa, depois de ter sido atingido por uma bala na cabeça e numa das pernas, por desconhecidos.

Sitoe detalhou que os malfeitores acreditavam que Matavele tivesse dinheiro e foram arrombar a sua residência e balearam-no.

A mesma fonte indicou que outros 45 moçambicanos foram recolhidos pela polícia em Diepsloot e levados para o centro prisional de trânsito de Lindela, em Krugesrdorp, onde aguardam a tramitação dos expedientes legais para a sua deportação para Moçambique, por residir ilegalmente na África do Sul.

Para além dos moçambicanos detidos por falta de documentos [Passaporte ou Bilhete de Identidade sul-africano] alguns zimbabweanos foram também detidos no mesmo período, alegadamente por antecedentes criminais registados nos ficheiros da polícia, de acordo com fonte policial local.

O Redactor soube que as autoridades sul-africanas desencadearam, este mês, uma operação de rusga minuciosa em Diepsloot, na sequência de uma revolta popular que culminou com a morte de um zimbabweano (https://redactormz.com/zimbabweano-morto/ ).

Nessa altura, os residentes de Diepsloot acusavam os estrangeiros ilegais, principalmente moçambicanos e zimbabweanos, de serem os promotores da onda de assassinatos e outros crimes, alegadamente ante o olhar impávido da polícia local.

Na sequência dessa agitação, os ministros da Polícia, Bheki Cele e do Interior, Aaron Motsoaledi, tiveram de se deslocar a Diepsloot para amainar os ânimos. Os dois membros do governo de Cyril Ramaphosa anunciaram a instalação, naquele município de equipas de trabalho que estão a “vasculhar” a zona, num trabalho que deve durar pelo menos três meses.

A onda de violência em Diepsloot teve como consequência substancial a morte do zimbabweano Elvis Nhati, de 43 anos. Em conexão com este crime, sete sul-africanos foram detidos e tem um processo judicial em marcha no tribunal de Randburg.

Em conversa com alguns residentes em Diepsloot, o Redactor ficou a saber que depois de detidos, alguns deles são horas depois vistos de novo na zona, presumindo-se que tenham “massajado” os agentes em troca da sua soltura. Outros indocumentados, acrescentaram, optaram por abandonar o município, acreditando-se que entre Junho e Julho serão novamente vistos por aí.

Facto curioso é que muitos dos deportados nem sequer saem da zona da fronteira. Depois de “despejados” na sua terra natal voltam a negociar e/ou tentar por outras formas reentrar em território sul-africano, onde acreditam que têm melhores oportunidades de subsistência, apesar dos cavados e múltiplos riscos.

RAULINA TAIMO, correspondente na África do Sul

Compartilhe o conhecimento
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *