Moçambicano: familiares
Julinho Mário Ângelo é o nome do mais recente moçambicano residente na vizinha África do Sul que contactou o Correio da manhã naquele país para que através das suas plataformas o ajude a localizar familiares em Moçambique.
De 19 anos de idade, Julinho Ângelo vive na mais emblemática cidade turística da África do Sul, Cape Town, e diz procurar membros da sua família que acredita que residem na província do planalto central moçambicano: Manica.
Segundo relatos de Julinho, a mãe chama-se Sónia Julinho, residente no Bairro 25 de Setembro, na cidade de Chimoio, perto de Castelo e Kapanga, na província que hoje tem como governador Alberto Mondlane.
Julinho vive na Cidade do Cabo desde 2013 e declina detalhar os motivos da sua emigração para a África do Sul.
Muitos jovens moçambicanos são aliciados por familiares, amigos e/ou simples conhecidos para emigrar para a vizinha África do Sul com promessas de boa vida e excelentes empregos, mesmo sem habilitações algumas, daí que quando chegam ao destino não raras vezes o sonho vira pesadelo e rapidamente o desejo de fazer uma marcha-a-atrás emerge.
Mais de nove milhões de jovens sul-africanos, alguns dos quais com diplomas universitários, estão desempregos na África do Sul e outros encontram como “alternativa” o mundo do crime, se entregando a práticas tais como assaltos a residências, viaturas e ataques armados a carros de transporte de valores para subsistir, mas espantosamente ainda há moçambicanos que por vezes na vida mal encararam um professor numa sala de aula que acreditam que vão prosperar naquele mercado, de resto muito exigente e onde os nativos fracassam.
Dados oficiais indicam que de Janeiro a primeira semana de Junho últimos foram registados cerca de 140 ataques armados a viaturas transportando valores, alguns deles com uma espectacularidade capaz de fazer sucesso numa rodagem cinematográfica.
A maioria dos confrontos no âmbito do combate ao crime envolve jovens desempregos e agentes da Polícia e em algum momento membros da Forcas Armadas Sul-Africanas.
Sintomaticamente, amiúde circulam alegações segundo as quais a maioria do equipamento bélico empregue pelos criminosos nas suas acções banditescas na África do Sul é fornecida por agentes desonestas infiltrados nas forças de defesa e segurança do país vizinho.
THANGANI WA TIYANI, CORRESPONDENTE NA ÁFRICA DO SUL