Moçambique pede ajuda

Moçambique – O Presidente Filipe Jacinto Nyusi enviou o seu ministro do Interior, Amade Miquidade, a Angola, com a missão expressa de ir pedir apoio de Luanda para combater o terrorismo em Moçambique, especialmente em Cabo Delgado e o assunto é manchete no principal jornal angolano.

“Moçambique quer ajuda para estancar o terrorismo”, titula, em letras garrafais, o “Jornal de Angola”, na sua página dois, em texto de três colunas, com larga ilustração.

Aliás, o tema é mesmo principal manchete do “Jornal de Angola”, na sua capa desta terça-feira, igualmente a três colunas, e inclui uma fotografia tipo passe do governante moçambicano em Luanda, na capacidade de “enviado especial” do presidente Nyusi.

Assinado pelo jornalista Santos Viola, o jornal oficioso angolano refere que “Moçambique solicitou, ontem (segunda-feira), a intervenção de Angola no domínio da Defesa e Segurança para combater focos de terrorismo que aquele país enfrenta nos últimos meses, admitiu ontem, em Luanda, o ministro do Interior, Amade Miquidade”.

Miquidade foi recebido esta segunda-feira em audiência no Palácio Presidencial, em Luanda, durante a qual o dignitário moçambicano entregou ao Chefe de Estado, João Lourenço, uma mensagem escrita do Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi.

“Quando falamos de cooperação de órgãos de Defesa e Segurança, estamos a falar de todos os aspectos, como a troca de informações. Propusemos uma cooperação nesta área”, disse Miquidade, à saída da audiência.

Moçambique enfrenta, nos últimos tempos, focos de terrorismo brutal e a região de Cabo Delgado foi atingida por uma série de ataques terroristas que vitimaram civis.

“A situação em Cabo Delgado é preocupante, porque estamos perante indivíduos sem rosto e não sabemos qual é o propósito que os faz massacrar pessoas inocentes, incendiar aldeias e atacar centros de saúde”, admitiu o responsável máximo pela Segurança e ordem pública em Moçambique.

Amade Miquidade acrescentou que os referidos grupos são forças que actuam com meios sofisticados e com o envolvimento de “indivíduos”, como disse o ministro, de outras nacionalidades.

“Não temos dúvidas que esteja uma pessoa de fora a financiar”, sublinhou o ministro.

Sete pessoas morreram e outras sete ficaram feridas, na sequência de um novo ataque de grupos armados protagonizado por desconhecidos na província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.

O ataque ocorreu no posto administrativo de Mpundanhar, quando um grupo armado interceptou uma carrinha de caixa aberta que transportava passageiros numa estrada que liga Palma e Mpundanhar.

Em relação à cooperação bilateral, Amade Miquidade disse que as relações ao nível das lideranças políticas entre os dois países são boas. “Mantemos uma relação de cooperação significativa”, acrescentou.

Angola e Moçambique mantêm relações históricas que se estreitaram no início de 1978, quando os já falecidos presidentes Agostinho Neto e Samora Machel assinaram o

Acordo Geral de Cooperação.

Em Janeiro, o Presidente João Lourenço testemunhou a investidura de Filipe Nyusi como Chefe de Estado de Moçambique, depois de ganhar as eleições de 15 de Outubro de 2019, para um segundo mandato, cujos resultados estão a ser energicamente contestados pelos principais partidos da oposição, com destaque par a RENAMO e o MDM.

(Correio da manhã de Moçambique)

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