Moçambique assente em “ouro”

OURO: Num esforço visando cultivar, junto dos mais novos, o hábito de fazer turismo, o Instituto Nacional de Turismo (INATUR) de Moçambique levou, sexta-feira passada (29Set.17), perto de duas dezenas de estudantes, acompanhados por perto de dez docentes e funcionários do sector da Educação e Desenvolvimento Humano a visitar a Reserva Especial de Maputo (REM), no distrito de Matutuine.

Esta iniciativa do INATUR foi concretizada em coordenação/parceria com a Direcção de Educação e Desenvolvimento Humano da Cidade de Maputo, da REM e da White Pearl, uma estância turística de capitais sul-africanos activa na Ponta Mamoli, em Zitundo, a aproximadamente 25 quilómetros de Kosi Bay (fronteira entre Moçambique e a África do Sul).

Nuno Fortes, director de Promoção do Turismo no INATUR, sublinhou que esta iniciativa marca uma nova postura das autoridades moçambicanas relativamente a esta esfera e que tem como um dos pilares considerar “o jovem e o adolescente como agentes da mudança”.

“Queremos que os jovens encarem o turismo e a conservação da natureza com muita atitude e acreditamos que estamos a plantar em terreno fértil, porque é mais fácil incutir ensinamentos nesta faixa etária”, sublinhou Nuno Fortes.

Parte dos excursionistas que no dia 29 de Setembro de 2017 visitaram REM
Parte dos excursionistas que no dia 29 de Setembro de 2017 visitaram REM

Abílio Tamele, administrador (interino) da REM, que deu as boas-vindas da praxe ao grupo de visitantes, fez votos para que os alunos, professores e funcionários da educação que escalaram a reserva na passada sexta-feira se transformem em agentes promotores da cultura de fazer turismo doméstico, “que nem é tão caro como alguns alegam”.

Rodolfo Cumbane, gestor da biodiversidade da Reserva Marinha na REM e que interagiu longamente com os visitantes e, inclusivamente, os acompanhou durante a passeata de aproximadamente quatro horas pela reserva, em viaturas todo-o-terreno, que, em marcha lenta, fez o percurso acampamento/Estrada KaTembe/Ponta do Ouro/interior da REM até Lhunguti (Chinguti), escolheu um tom e atitudes eminentemente didácticos para transmitir a sua mensagem.

“Temos de potenciar o turismo sustentável como instrumento ao serviço do progresso de Moçambique”, disse Cumbane, dirigindo-se aos excursionistas, aproveitando a oportunidade para exortar ao uso de embalagem de caqui, ao invés do plástico, que considerou de “extremamente nocivo para o ambiente e para os seres vivos, incluindo humanos”.

 

Moçambique assente em “ouro”

“Moçambique está assente no que posso considerar de ‘ouro’, mas poucos moçambicanos devem ter noção disso, daí não fazerem o devido aproveitamento”, comentou, em jeito de comparação Rachel Buchner, da White Pearl.

“Moçambique é tão rico que tem o que nenhum dinheiro pode comprar: a natureza com potencialidades e de uma beleza rara”, prosseguiu a sul-africana.

“Vocês, jovens moçambicanos, devem despertar para esta riqueza do vosso país e se sentirem orgulhosos por possuí-la e que, acreditem, tem, até, potencialidades terapêuticas”, sublinhou aquela empresária.

Nuno Fortes, do INATUR
Nuno Fortes, do INATUR

Sney, uma aluna da 10.ª classe da Escola Secundária Eduardo Mondlane, na cidade de Maputo, não conseguia conter a emoção ao contemplar os hipopótamos, a escassos metros de distância da terra húmida, mas firme, nas margens do Lago Lhunguti (Chinguti).

“Vou pedir à minha mãe para ver se voltamos com mais vagar para ela também vir ver isto. É uma maravilha que nunca tinha visto antes”, comentou para o Correio da manhã o jovem Harafth Atumane, de 13 anos, estudante da 8.ª classe na Escola Secundária Armando Emílio Guebuza, na capital.

“Está a imaginar o que é contemplar elefantes vivos, a uns três metros de distância!?”,  salientou, em jeito de um misto de pergunta e regozijo, Harafth Atumane, que diz que tem como sonho ser médico de profissão, “para salvar vidas”.

Armando João Muthemba, director adjunto de Educação e Desenvolvimento Humano da cidade de Maputo, era um homem visivelmente satisfeito com a expedição e comentou para a nossa Reportagem que tudo fará para que esta iniciativa seja o princípio de muitos outros esforços idênticos.

REFINALDO CHILENGUE 

Compartilhe o conhecimento
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *