O “imbróglio” Incomáti

A partida entre o Grupo Desportivo de Maputo e o Incomati de Xinavane, referente à segunda jornada do Campeonato Nacional de Futebol da Primeira Divisão de Moçambique, vulgo Moçambola/2019, previsto para esta sexta-feira, está por um fio, por causa do atraso de ordenados na colectividade dos “açucareiros”.

Ao que o Correio da manhã apurou, a maioria dos jogadores e equipa técnica do Incomáti de Xinavane andam agastados e de candeias às avessas com a direcção do clube, alegadamente porque estão sem salários há três meses.

O Correio da manhã soube que antes do jogo com o Ferroviário da Beira, referente à ronda inaugural do Moçambola, jogadores e equipa técnica dos “açucareiros” de Xinavane, liderada pelo técnico Artur Comboio, decidiram e prometeram tudo fazer para vencer a partida, como forma de pressionar a entidade patronal a pagar os três meses de salários em atraso.

Promessa feita, promessa cumprida pelos jogadores e equipa técnica, mas, a direcção do Incomáti de Xinavane aparentemente não mexeu palha para resolver a dívida.

Agora, na véspera do encontro desta sexta-feira com o Grupo Desportivo de Maputo, pelas dezoito horas no Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ), para a segunda jornada, a informação que os jogadores e a equipa técnica tiveram da direcção do clube foi a de que ainda não há dinheiro, mas que devem descer para o relvado a fim de enfrentar os “alvi-negros” treinados por Artur Semedo, esta sexta-feira.

Alguns atletas do Incomáti de Xinavane, contactados pelo Correio da manhã, disseram que foram ao jogo com o Ferroviário da Beira mais em solidariedade para com o seu treinador, Artur Comboio, que neste intervalo de três meses sem salários tem sido um verdadeiro pai, ao ponto de sacrificar o dinheiro dos seus rendimentos para manter o grupo de trabalho com alguma moral.

Ajuntaram que o que mais lhes deixa agastados é o facto de os outros trabalhadores da Açucareira de Xinavane terem os ordenados em dia.

Se até esta quinta-feira não nos pagarem, não vamos a Maputo para o jogo com o Desportivo”, advertem alguns dos nossos entrevistados, pedindo-nos que não revelássemos os seus nomes temendo represálias.

Jogadores do Baia de Pemba FC
Jogadores do Baia de Pemba FC

 Caso Baia de Pemba FC

Recorde-se que este tipo de situações não é totalmente “virgem” este ano nas equipas que disputam o Moçambola.

Os jogadores do Baia de Pemba FC, clube que esta época ascendeu ao Moçambola pela primeira vez, estiveram há dias em “pé de guerra” com a direcção do clube baseado na província nortenha moçambicana de Cabo Delgado.

Em causa estava uma dívida de 800 mil meticais referentes a três meses de salários em atraso.

Este caso, que fez correr muita tinta, foi tornado público pelo capitão dos “BaianosNazir Ayuba, que disse tudo ter feito para que os seus companheiros continuassem a treinar, mas que já não conseguia mais segurar a onda de descontentamento.

Nazir avançava na altura que se os salários não fossem pagos na semana em que despoletaram esta “bomba” os jogadores deixariam de treinar até que a situação fosse resolvida.

Além de não pagar os salários, sabia-se que o Baía de Pemba estava a enfrentar dificuldades para concluir as obras do Estádio Municipal de Pemba, bem como ainda não havia pago a inscrição de 250 mil meticais, referente a inscrição da equipa na maior prova do futebol moçambicano.

No entanto, a situação, quer da dívida de três meses para com os jogadores, quer da inscrição da equipa no Moçambola já está resolvida.

Malamule Mané

Compartilhe o conhecimento
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *