Moçambola: “pânico”

Pânico – Depois de duas semanas de interregno para dar lugar ao compromisso da selecção nacional, os Mambas, o Moçambola rodou no pretérito fim-de-semana, a sua 6ª jornada, após a qual as emoções ficaram divididas entre tristezas e euforias, com dois grandes “casos” a destacar.

Primeiro, e pela negativa, a prova registou a primeira falta de comparência, protagonizada pelo Incomáti que, com as “passagens na mão” não se fez a Nacala, para defrontar o Desportivo local.

A razão está ligada a alegados problemas de ordem financeira que culminaram com uma grave dos jogadores que reivindicam o atraso de dois meses de salários (Correio da manhã, N° 5560, págs. 1 e 2).

O Moçambola é o único campeonato pago com dinheiro do erário público, nomeadamente a maior fasquia das despesas (transporte aéreo) cabendo aos clubes assumir pequenas facturas.

A Liga Moçambicana de Futebol (LMF) com as passagens garantidas ainda se fez, semana passada, à Xinavane, para convencer a direcção dos “açucareiros” a honrar com o compromisso e que posteriormente resolveria o problema salarial com os seus jogadores.

Todo o esforço foi em vão porque os jogadores do Incomati não viajaram, manchando a competição, não só em termos de imagem, como também fez despesas ao adversário que ao longo da semana trabalhou em vão.

Consumado o facto, urge lembrar a necessidade da acção e reacção do Sindicados dos Jogadores, dos Treinadores e da própria LMF para casos de clubes que não honram com os seus compromissos salariais.

Para além do “pânico”, a grande “surpresa”

O segundo “caso” da ronda foi a derrota caseira do Ferroviário de Maputo diante do Textáfrica, em pleno Estádio da Machava, deixando “sequelas” que vão fazer correr alguma tinta nos próximos dias.

É que cada derrota e vitória menos convincente do Ferroviário de Maputo, os exigentes associados amarram rugas e apontam dedo ao treinador Daúde Razaque, por muitos Vataxanisseka (integrantes da claque oficial dos adeptos) contestado desde sempre.

Prova disso, no final do jogo com o Textáfrica, os sócios e adeptos permaneceram mais algum tempo nas bancadas do Estádio da Machava, murmurando, enquanto os membros da direcção abandonavam o recinto cabisbaixos.

É de triste memória para muitos adeptos um comentário de Daúde Razaque, no decurso do torneio Mavila Boy (em pré-época), que ele prestava contas a quem lhe contratou e não aos sócios e que estes deviam fazer a sua parte e ele faria a sua.

Estas palavras foram marcantes e o técnico virou “persona non grata” para alguma franja dos sócios e adeptos.

Depois de “pânico” os próximos dias serão cruciais para Razaque “pegar ou largar”, enquanto se aproxima o jogo da Taça de Moçambique com o rival Costa do Sol.

DANÍLSON JÚNIOR

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