Mokgweetsi Masisi: Moz

Mokgweetsi Masisi – O Presidente do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, defendeu hoje “uma resposta colectiva” contra os “ataques terroristas” no Norte de Moçambique, durante uma cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

“Os ataques terroristas no Norte de Moçambique são uma ameaça a toda a região da África Austral e, por isso, precisamos de uma resposta colectiva”, declarou Masisi, que preside ao Órgão de Política de Defesa e Segurança da organização.

O responsável falava na abertura da Cimeira Extraordinária da Dupla Troika da SADC, que integra os países das troikas do Órgão de Defesa e Segurança e da Troika da SADC, convocada para debater a violência armada na província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.

“Os ataques não são apenas contra a soberania e o povo de Moçambique são também contra a região e toda a humanidade, pelo seu caráter terrorista”, afirmou, no discurso inaugural.

A acção de grupos armados em Cabo Delgado são uma grande ameaça não só para o “país irmão” Moçambique, mas também para toda a África Austral, enfatizou.

O chefe de Estado do Botsuana assinalou que a acção de grupos terroristas no Norte de Moçambique agravou-se com o ataque inédito à vila de Palma, no dia 24 de Março.

“O ataque a Palma provocou muitas mortes, destruição de infraestruturas e um enorme sofrimento a milhares de pessoas obrigadas a ficar sem abrigo, alimentos e água”, destacou.

Antes do discurso de Mokgweetsi Masisi, falou a secretária-executiva da SADC, Stergomena Lawrence Tax, tendo defendido “medidas concretas e decisivas contra a ameaça terrorista na África Austral”.

“Este encontro vai-nos dar uma orientação clara sobre a abordagem colectiva que devemos seguir contra o terrorismo”, enfatizou Tax.

O impacto da violência armada em Cabo Delgado não se irá limitar a Moçambique, porque vai espalhar o rasto de destruição e sofrimento humano por toda a SADC, acrescentou.

A violência desencadeada há mais de três anos na província de Cabo Delgado ganhou uma nova escalada há cerca de duas semanas, quando grupos armados atacaram pela primeira vez a vila de Palma, que está a cerca de seis quilómetros dos multimilionários projetos de gás natural.

Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram à fuga de milhares de residentes de Palma, agravando uma crise humanitária que atinge cerca de 700 mil pessoas na província, desde o início do conflito, de acordo com dados das Nações Unidas.

O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou na segunda-feira o controlo da vila de Palma, junto à fronteira com a Tanzânia, mas as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas reassumiram completamente o controlo da vila, anunciou na segunda-feira o porta-voz do Teatro Operacional Norte, Chongo Vidigal, uma informação reiterada esta quarta-feira pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora haja relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.

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