Moody’s piora Moçambique
A agência Moody’s piorou o risco de crédito da dívida de Moçambique, de Caa1 para Caa3, que fica assim com um “rating” ainda mais deteriorado, o qual já estava em “lixo”.
Com esta decisão, que torna ainda mais forte a não recomendação de compra de dívida do país, a Moody’s conclui a revisão iniciada em 20 de Maio, depois de ter sido conhecido em Abril que o país tem dívidas não declaradas de mais de USD 1,4 mil milhões, que motivaram uma onda de desconfiança por parte dos mercados financeiros internacionais e levaram mesmo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e os doadores do Orçamento do Estado a suspenderem este ano a ajuda internacional ao país.
Segundo a agência de notação financeira, a degradação do “rating” soberano de Moçambique reflecte sobretudo a sua avaliação da “fraca vontade do Governo de honrar as obrigações relacionadas com a dívida, face às pressões de liquidez”.
Actualmente, Moçambique está em negociações com credores da dívida da empresa Mozambique Asset Management (MAM), que falhou em Maio a primeira prestação de USD 178 milhões, o que, diz a Moody’s, poderá resultar num adiamento dos pagamentos e em perdas para os credores face ao inicialmente acordado.
“Uma tal reestruturação equivaleria a um incumprimento por parte do Governo sobre a sua garantia de dívida”, afirma a agência de “rating”.
Apesar do impacto positivo no Tesouro de Moçambique desta reestruturação, a Moody’s antecipa que as pressões de liquidez vão continuar. A agência de notação financeira considera, nomeadamente, que não é previsível que, num futuro próximo, sejam activados os desembolsos da ajuda internacional que foram suspensos.
Por fim, a Moddy’s atribui ainda “Outlook” negativo ao “rating” agora decidido, o que dá indicação de que a nota de crédito de Moçambique poderá voltar a ser cortada, devido aos riscos de litigância e à possibilidade de aquele Estado também não cumprir os compromissos noutros títulos dívida.