Motorista continua a monte

O motorista do camião-cisterna que explodiu em Tete, centro de Moçambique, continua a monte, informou hoje a Polícia, no dia em que as autoridades de saúde actualizaram o número de mortos na explosão: 84 finados.

Em conferência de imprensa de balanço da actividade policial, o porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Cláudio Langa, afirmou que as autoridades estão à procura do motorista, cidadão do Malaui, do camião-cisterna que transportava combustível e do condutor moçambicano de um outro camião para onde seria transferida a carga furtada.

“Estão a monte e a polícia está à procura deles, no âmbito das investigações para a responsabilização dos autores”, afirmou Langa.

O Hospital Provincial de Tete actualizou hoje para 84 mortos o balanço oficial da explosão, após quatro óbitos nas últimas 24 horas, mantendo-se internadas 64 pessoas, algumas em estado crítico.

Parte dos sinistrados recebendo assistência médica
Parte dos sinistrados recebendo assistência médica

 

Moçambique cumpriu na segunda-feira o último de três dias de luto nacional decretado pelo Governo na sequência da explosão.

Causas e responsáveis

As causas da explosão, ocorrida quando dezenas de pessoas furtavam combustível de um camião-cisterna, permanecem incertas, disse a ministra da Administração Estatal, Carmelita Namashulua, numa conferência de imprensa realizada no domingo na cidade de Tete, acrescentando que é preciso esperar pelos resultados da comissão de inquérito para se apurar o que aconteceu.

Namashulua avançou que o Governo criou também uma comissão para assegurar que a desintegração das famílias não conduza os sobreviventes para um caos social.

Segundo a ministra, a comissão de apoio social vai fazer um levantamento das necessidades e o Governo está preparado para intervir de acordo com as condições existentes no terreno e a veracidade dos factos.

Relatos para a media no local indicam que o camião-cisterna com chapa de inscrição do Malaui, pertencente a uma firma de distribuição de combustível, desviou-se da rota na quarta-feira à tarde, após um pré-negócio, para uma pequena mata a uns 400 metros da Estrada Nacional (EN7), onde parte da carga seria retirada para os bidões de um grupo de revendedores de rua.

Na sequência de um curto-circuito da motobomba que puxava o combustível, uma das secções do tanque incendiou-se, o que provocou uma enchente de curiosos no local.

Já na quinta-feira, devido à fuga dos motoristas do camião e ausência das autoridades, a população começou a retirar combustível, com recurso a baldes, da segunda secção do tanque que ainda estava intacta.

Foi esta secção que explodiu, matando de imediato no local 43 pessoas e deixando mais de cem feridas.

 

REDACÇÃO

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