Mundial de Qatar 2022
Mundial de Qatar 2022 – Começa já a 20 de Novembro a festa do futebol Mundial. Desta vez, num país de Médio Oriente, numa época futebolistica diferente a que estamos habituados e também, de cultura completamente diferente. Vai ser um Mundial e peras, como soe dizer-se.
Qatar é um dos países mais ricos do mundo e sem qualquer influência no futebol, mesmo assim, conseguiu que este Mundial fosse realizado na sua terra. Vá lá saber-se as razões, embora todos desconfiemos.
Um Mundial de futebol com muitas polémicas, a começar pela morte de muitos trabalhadores imigrantes que estiveram, principalmente na construção de infra-estruturas e oito estádios de futebol, a trabalharem em altissimas temperaturas e segundo se diz, sem as mínimas condiçõs nem a devida compensação salarial pelo trabalho realizado. Uma forma de escravatura moderna, dizem os “experts” na matéria, onde se inclui também, o racismo, trabalhos forçados, e precários alojamnetos sem as mínimas condoções de higiene e espaço!
Para além desta controvérsia sobre os direitos humanos, também a liberdade de expressão, o modo de se vestir, e o comportamento dos adeptos dos que visitarem este país durante um mês, será escrutinado dos pés à cbeça, pois, terá que ser tudo como as suas leis internas mandam, e sendo um país muçulmano, as regras são um tanto a quanto rígidas, especialmente para os forasteiros.
Já imaginaram, por exemplo, os “hooligans” ingleses, vestidos de “kandura”, que é um veste longo branco, com um lenço na cabeça chamado “ghutra”, amarrado com “agal,” uma corda preta e, eventualmente, as mulheres com o “hijjab”? Clao que não se vai chegar a estes extremos mas..
Também o alcoól é proibido e só será permitido consumir-se nos seus hóteis e, numa parte restrita à volta de estádio, vendido apenas com a apresentação do bilhete de entrada do jogo. Dentro do estádio só haverá bebidas sem alcoól.
Os ingleses e outros estão habituados a outro tipo de comportamento durante estes jogos, mas terão que se submeter às leis do país e controlar as suas emoções, “otherwise”…
Se até a própria FIFA “meteu a viola dentro do saco” nesse caso, com uma das suas maiores patrocinadoras, e companheira de anos, que é a cerveja “Budweiser”, o que dizer dos adeptos!
A demonstração de afecto de amor publicamente estará restrito, mesmo em casais e não haverá tolerância para homossexuais, o que tem criado um grande alarido na comunidade LGBT, que a todo o custo têm lutado para pór fim a isto. Espero bem que não desafiem as autoridades do Qatar nesse sentido, visto que as leis internas são severas e podem ir até a pena capital. Não queremos ver ninguém decapitado na praça pública em plena festa de futebol.
Se o álcool é proibido, a água que é um líquido de extrema importância no organismo humano, escasseia muito por estes lados do Golfo, também será controlado através de apelos informativos, para que o consumo da mesma seja apenas o necessario e não haja desperdícios. Com as temperaturas levadas, a rondar os 40 graus, a sede tem que ser saciada e ninguém vai querer poupar e saber dos apelos!
O elevado consumo de água que pode acontecer durante o mundial neste país, por motivos óbvios, é a grande preocupação dos “qataris” e, por isso, o Qatar vai dessalinizar a água salgada, mesmo sabendo de antemão que isto pode ser mau para o ambinete, para tentar cumprir com as metas assumidas.
Por outro lado, enquanto as autoridades pedem estas poupanças, a organização já fez saber que vai gastar uma média de 10 mil litros de água por dia em cada oito estádios, para manter os os relvados arrefecidos, dando uma humidade extra a relva. Para que nada falhe, foi criada uma reserva de emergência de 500 mil m2 de relva à parte, desenvolvida na capital, que precisou e precisará, de outros tantos milhares de litros de água.
Como se pode perceber, apesar de ser um dos países mais ricos do mundo, nem tudo está a corer como previsto! O dinheiro atenua, mas nem sempre resolve todos os problemas!
Fahed Sacoor (de Londres)
fsacoor19@googlemail.com
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 09 de Novembro de 2022, na rubrica de opinião.
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