Namparhamas estão a fazer estragos em Nacala Porto

Depois de assaltarem a sede distrital de Namapa, na província nortenha de Nampula e fazer estragos humanos e materiais substanciais, nesta quinta-feira, os Namparhamas – guerreiros que se diz agirem sob proteção mágica contra as balas –, estão a fazer o mesmo esta sexta-feira em Nacala Porto, na mesma divisão territorial de Moçambique, de acordo com fontes do jornal Redactor.

Fontes do jornal Redactor referem que os guerreiros entraram e vandalizaram Namapa com relativa facilidade, tendo inclusivamente morto destacados quadros das forças de Defesa e Segurança (FDS) cujos corpos permaneceram longas horas estatelados na via pública.

Entre os danos materiais infligidos pelos atacantes se incluem o comando distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM), o palácio do administrador, a maioria das infraestruturas ligadas ao governo distrital e a única dependência bancária activa no local, segundo os nossos informantes.

As nossas fontes disseram que os Namparhamas assaltaram a penitenciária local e soltaram todos os prisioneiros [em número não especificado] e roubaram armamento diverso, tendo feito o mesmo nas instalações castrenses igualmente invadidas.

De acordo com os nossos informantes, praticamente todos os responsáveis distritais de Namapa abandonaram o distrito para locais considerados seguros.

Em Namapa e Nacala Porto visadas pelos Namparhamas foram ou estão, igualmente, diversas instalações relacionadas com o partido Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), que governa o país desde que o país se tornou politicamente independente de Portugal no dia 25 de Junho de 1975.

O jornal Redactor está na posse de fotos e vídeos ilustrando os episódios ocorridos em Namapa, nos quais se podem ver jovens envergando uniformes de elementos das FDS e se divertindo com o respectivo armamento, proferindo ameaças para mais avanços sobre outros alvos que consideram relevantes.

Moçambique está a viver uma instabilidade inédita que se agravou desde 21 de Outubro, quando começaram as manifestações alegadamente para reclamar a “verdade eleitoral” do pleito de 09 de Outubro, convocadas pelo candidato Venâncio António Bila Mondlane, que rejeita a segunda posição que os resultados oficiais lhe colocam.

A situação está a ser amplamente aproveitada por insurgentes extremistas que desde Outubro de 2017 atacam diversas regiões no Norte de Moçambique e pelos grupos de guerreiros Namparhamas, cujas reivindicações não têm sido claras e que, ao que algumas fontes do Redactor referiram, estão já a ocupar algumas antigas bases da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) na Zambézia, no Centro de Moçambique.

Redactor

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