Nepotismo e clever guys

Nepotismo e clever guys  – Estou confuso e muito confuso em relação à capacidade combativa das Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique.

Ruanda enviou 700 militares e 300 polícias a Moçambique no dia 9 de Julho de 2021, a pedido do Governo moçambicano para ajudarem no combate aos terroristas em Cabo Delgado.

Em operações conjuntas com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique foram recuperadas a localidade de Awasse e a vila de Mocímboa da Praia, zonas estratégicas para o desenvolvimento dos projectos multimilionários de gás em Cabo Delgado.

Setecentos soldados e 300 polícias ruandeses mostraram capacidade combativa eficiente que ajudou na recuperação de uma localidade e uma vila estratégica ocupadas por terroristas durante um ano.

Ninguém conhece o efectivo militar moçambicano. É segredo de Estado – como sempre se diz, mas acredito que o país deve ter mais de mil soldados, só que o exército nacional não conseguia recuperar Awasse e Mocímboa da Praia.

Um canal nacional de televisão, embaraçado com a situação, tentou reportar patrioticamente dizendo que fuzileiros navais moçambicanos foram os primeiros a chegar a Mocímboa da Praia.

Se calhar o jornalista deve ter pensado que estava a ajudar, mas acabou ficando mal na fotografia, porque as FDS nunca tinham chegado primeiro a Mocímboa da Paria antes da recuperação.

É grave, muito grave. Vou ser acusado de falta de patriotismo.

Algumas pessoas sempre questionaram a capacidade combativa das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.

Mas outras pessoas que se consideram mais moçambicanas vomitaram cobras e lagartas contra os críticos. E agora…

Então, já posso acreditar nos comentários que indicam que durante o tempo da paz, depois do conflito de 16 anos entre o Governo e a RENAMO, as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique transformaram-se ou foram transformadas em instituição para acomodação de sobrinhos, primos, amigos e afilhados desempregados de generais de 25 de Setembro.

Na guerra de Cabo Delgado, ninguém quer ver o filho do seu irmão, primo, amante ou afilhado como carne para canhão nas frentes de batalha contra terroristas em Cabo Delgado.

E, já agora, também posso acreditar nos comentários de que o assunto de Cabo Delgado deixou de ser de alçada da Polícia da República de Moçambique (PRM), há muito tempo.

Veja-se o contingente do Ruanda e da SADC.

Não se trata de protagonismo, mas sim da realidade.

Cabo Delgado é assunto Militar e não de Polícia.

Moçambique levou muito tempo a colocar polícias à frente do processo, com argumento em surdina de que as fileiras da PRM têm muitos antigos militares do governo desmobilizados da guerra contra a RENAMO. Vamos deixar de hipocrisia. Mariano Nyongo, na região Centro, consegue ludibriar as Forças de Defesa e Segurança. Será que Moçambique vai fazer outro pedido de apoio aos vizinhos e amigos para a neutralização de Nyongo na serra de Gorongosa?

Entre 2013-2014, Moçambique pediu 2.2 mil milhões de dólares norte-americanos para apetrechar a segurança contra a pesca ilegal de Atum e para a protecção da costa. O dinheiro acabou nos bolsos de “clever guys” com seus amigos e amantes.

Levou-se tempo, outro dinheiro e muita conversa e ódio para se reconhecer que na verdade o país foi burlado por “clever guys”.

THANGANI WA TIYANI

Este artigo foi intitulado “Nepotismo e clever guys” publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 11 de Agosto de 2021, na rubrica de opinião denominado O RANCOR DO POBRE

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