Nhongo desvaloriza DDR

Nhongo  O líder da Junta Militar da Renamo, ala dissidente da Resistencia Nacional Moçambicana (RENAMO), Major General Mariano Nhongo, considera “nulo e sem efeito” o empenhamento do Presidente da República, Filipe Nyusi e do líder oficial da “perdiz”, Ossufo Momade, no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), retomado na passada semana.

“O que eles [Nyusi e Momade] estão a fazer não é nada. Os próprios guer­rilheiros que estão a entregar as armas depois vão juntar-se a nós”, afirmou Mariano Nhongo, telefonicamente, em contacto com jornalistas baseados na cidade portuária da Beira, Centro de Moçambique.

O general renegado da RENAMO exige uma renegociação do acordo de desarmamento dos elementos residuais da guerrilha que durante décadas foi presidida por Afonso Dhlakama, entretanto falecido em Maio de 2019, quando decor­riam conversações de paz com o Presidente Filipe Nyusi.

O acordo que está a nortear este DDR foi depois finalizado em Agosto de 2019 pelo novo presidente da RENAMO, Ossufo Momade que, no entender de Nhongo, não coincide nem no espírito nem na letra daquele que estava a ser negociado por Dhlakama.

Para evidenciar a sua reprovação ao acordo finalizado por Momade, Nhongo está a frente de um grupo de combatentes que ameaçam desencadear acções armadas e, volta e meia, desde Agosto de 2019 executam ataques em algumas localidades e trocos rodoviários na região Centro de Moçambique, que já custaram a vida de 24 pessoas, para além de diversos estragos.

Entretanto, o enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas para Moçambi­que manifestou-se sexta-feira disponível para discutir com Mariano Nhongo para ultrapassar esta desinteligência.

“Estamos disponíveis para discutir se o objectivo é a paz”, disse Mirko Manzoni, em de­clarações à imprensa, após a cerimónia que marcou a des­mobilização de guerrilheiros da Renamo, no posto administrati­vo de Savana, em Sofala, passada quinta-feira.

Para o enviado pessoal do secretário-geral da ONU, as reivindicações de Mariano Nhongo podem ser discutidas, mas o “importante é ver se são possíveis e pertinentes”.

“Todos temos reivindica­ções”, frisou Mirko Manzoni, acrescentando que já teve um primeiro contacto telefónico com Mariano Nhongo e que está disponível para discutir o tema pessoalmente.

“Eu não tenho medo, nem problemas. Não há problema no mundo que não possa ser resol­vido com o diálogo. O diálogo é mais importante e melhor que todas as armas”, realçou Mirko Manzon, citado pela agência de notícias de Portugal.

(Correio da manhã de Moçambique)

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