Nomes de gente viva

Nomes de gente viva  – Vamos evitar atribuir nomes de pessoas vivas a instituições públicas nacionais.

Semana passada vi um texto nas redes sociais falando sobre nomes de universidades em Moçambique e em alguns países do Mundo.

O autor do texto dizia que em Moçambique algumas universidades e escolas ostentam nomes de pessoas vivas.

Mas em alguns países do Mundo universidades não ostentam nomes de pessoas vivas ou mortas: Universidade do Cabo, Universidade da África do Sul (UNISA), Universidade de Joanesburgo, Universidade do Limpopo, Universidade de Pretória, Universidade de Cambridge, Universidade de Lisboa, Universidade do Porto, Universidade de Harvard, são alguns exemplos.

A tendência de culto de personalidade em Moçambique aumenta o apetite dos dirigentes se manterem no poder, porque são considerados melhores filhos do povo, carismáticos e visionários.

Um jovem músico angolano disse num debate que ministros ou governantes do seu país não deviam ser chamado Excelências, porque de excelente nada têm num país em que quando alguém abre torneira não sai água ou se sair é turva.

Em algum momento consta que países socialistas e/ou a caminho de comunismo, incluindo a minha aldeia, aconselhavam para se evitar atribuir nomes de pessoas vivas a instituições públicas ou vias rodoviárias, porque um dia o fulano imortalizado podia trair a revolução, embaraçando tudo e todos na escola, universidade ou estrada com o seu nome.

Um dia abordamos este assunto neste espaço do Rancor do Pobre. Porém, fanáticos e bajuladores fizeram vista grossa e continuam a dar nomes de pessoas vivas a instituições públicas nacionais.  

A bajulação provoca danos ao bajulado, porque este fica contente com o tecto falso que um dia pode cair sobre a sua cabeça.

Membros da minha família têm tentado várias vezes sem sucesso convencer-me para aceitar dar nomes a seus bebés.

Recuso e continuo a recusar, dizendo que ainda sou criança para dar meu nome a outra criança. Não sou herói e nem pretendo ser.

Mas alguns familiares atribuíram o meu nome a seus filhos contra a minha vontade.

Na África do Sul, foram destruídas estátuas de pessoas conotadas com o apartheid, sistema considerado desumano pelas Nações Unidas. Em alguns casos, no lugar de heróis de ontem foram erguidas estátuas de heróis de hoje. O tempo é maior juiz. (Nomes de gente viva)

THANGANI WA TIYANI

Um dos netos da Rainha Isabel II, da Inglaterra, no teatro de guerra, no Afeganistão

PS: consta que alguém reagiu à crónica sobre destruição do exército moçambicano por nepotismo e clever guys, não concordando que sobrinhos, filhos de primos e de amantes desempregados de generais de 25 de Setembro são acomodados no exército, enfraquecendo a sua capacidade combativa.

Não vi o texto da reacção, mas um amigo falou comigo sobre o assunto, apontando que na Inglaterra netos da Rainha (vide, por exemplo, foto neste texto) foram militares e estiveram em frentes de combate.

Tem razão e eu sei, mas em Moçambique filho ou família de chefe não sofre e muito menos ir à guerra para servir de carne de canhão.

Sabe-se que mesmo sem trabalhar torna-se empresário de sucesso. Gostaria de ser filho ou família de chefe.

Este artigo foi intitulado “Nomes de gente viva devem ser evitado”, foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 18 de Agosto de 2021, na rubrica de opinião denominado O RANCOR DO POBRE

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