Nyusi admite mediadores

O Presidente moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi, disse esta quinta-feira que aceitará a presença de mediadores nas negociações entre o Governo e a Renamo, principal partido de oposição, apontando o fim imediato dos confrontos como uma prioridade.
“Vamos aceitar que haja a intervenção desse tipo de pessoas (mediadores), mas o importante é que o papel dessas pessoas ajude a acabar com a guerra em Moçambique, para desenvolvermos o país”, afirmou Nyusi, falando num comício na província de Maputo, no quadro da “presidência aberta” que realiza a este ponto do sul do país.
O chefe de Estado moçambicano declarou esperar que, com a intervenção dos mediadores, a Renamo, que sempre exigiu a sua presença no diálogo, não encontre mais argumentos para justificar os alegados ataques que está a protagonizar no centro do país.
Filipe Nyusi afirmou que o Governo e a Renamo já chegaram a acordo quanto à inclusão na agenda de um eventual encontro com o líder do principal partido de oposição, Afonso Macacho Dhlakama, da exigência do movimento de governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014 na agenda
O desarmamento do braço armado da Renamo e a sua integração nas forças defesa e segurança moçambicanas serão tema objecto de uma reunião ao mais alto nível entre os dois líderes, acrescentou Filipe Nyusi.
Reacção da Renamo
Ouvido pelo Correio da manhã na tarde desta quinta-feira telefonicamente o porta-voz oficial da Renamo, António Pedro Muchanga disse não ter recebido oficio algum sobre a nova posição do Governo relativamente aos mediadores (Presidente sul-africano Jacob Gedleyihlekisa Zuma, União Europeia e Igreja Católica).
“Arenamo não sugeriu a presença de mediadores num comício, endereçou um ofício. Esperamos que a Presidência da República nos responda da mesma forma, se é que é a sério”, disse Muchanga.
António Muchanga manifestou-se céptico sobre as reais intenções do presidente Nyusi sobre a forma como pretende resolver a actual situação político-militar prevalecente em Moçambique.
“Não passam três dias enquanto o presidente, ao empossar novos oficiais, exortou as Forças de Defesa e Segurança (FDS) a intensificar o combate contra a ala militar da Renamo, para hoje vir a público afirmar que aceita os mediadores porque tudo o que ele pretende é o fim das hostilidades”.

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