Nyusi e Guebuza: delinquência
Nyusi e Guebuza – O antigo director dos serviços secretos moçambicanos Gregório Leão, insistiu hoje em tribunal que o atual Presidente da República, Filipe Nyusi, e o seu antecessor, Armando Guebuza, deveriam responder “por associação para delinquir” no processo das dívidas ocultas.
“Já percebi o contexto desta pergunta sobre a associação para delinquir. No âmbito deste projecto, estaríamos todos os membros do Comando Conjunto e membros do Comando Operativo [acusados de associação para delinquir”, declarou Leão, arguido no processo principal das dívidas ocultas.
O antigo director do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE), que participava nas sessões dois referidos comandos, respondia a uma pergunta do advogado da sua mulher Ângela Leão, também arguida, sobre os delitos imputados ao casal.
“É por isso que eu sempre disse que não devia estar aqui [no banco dos réus] sozinho, devia estar com os membros do Comando Operativo e do Comando Conjunto”, afirmou.
Na qualidade de então ministro da Defesa Nacional, Filipe Nyusi era o coordenador do Comando Operativo das Forças de Defesa e Segurança, enquanto Armando Guebuza dirigia as reuniões do Comando Conjunto, na qualidade de chefe de Estado e comandante-chefe das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
As referidas entidades aprovaram o projecto de proteção da Zona Económica Exclusiva que levaram o antigo ministro das Finanças Manuel Chang a assinar os avales do Estado que permitiram a mobilização de dívidas ocultas que segundo o Ministério Público alimentaram um esquema de subornos.
Já na sua audição na quinta-feira, o antigo director do SISE tinha lamentado em tribunal do facto de ser o único antigo membro dos aludidos comandos constituído arguido.
Essa reclamação levou o juiz da causa, Efigénio Baptista, a assegurar que não foram encontrados indícios de que o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, ou que o seu antecessor, Armando Guebuza, tenham recebido dinheiro do Grupo Privinvest.
Na audição desta sexta-feira, que marcou o quarto dia de interrogatório a Gregório Leão, o arguido voltou a negar ter cometido qualquer crime, afirmando mesmo que saiu do SISE com o sentimento de “missão cumprida”.
Leão assinalou que agiu em defesa da pátria, ao solicitar ao então ministro das Finanças a emissão das garantias que provocaram as dívidas ocultas, enfatizando que o dinheiro foi usado para o fim a que se destinava.
“Eu estou satisfeito, porque os bens foram adquiridos, estão operacionais, o dinheiro foi usado para o propósito para o qual foi solicitado”, frisou. (Nyusi e Guebuza: delinquência)
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