Matchedje: Nyusi e Magufuli
Os presidentes de Presidentes de Moçambique e da Tanzânia hoje em Matchedje
Filipe Jacinto Nyusi e John Magufuli, chefes de Estado de Moçambique e da Tanzania estarão hoje na localidade de Matchedje, distrito de Sanga, na província nortenha moçambicana do Niassa, para celebrar o 50º aniversário da realização, naquele povoado, do II Congresso da FRELIMO.
Nyusi, Magufuli, Joaquim Chissano e Armando Guebuza fazem parte dos 3000 convidados oficiais que estarão hoje em Matchedje por ocasião desta efeméride – associados a outros dois eventos – já estão a causar um movimento descomunal na região.
A presença destes dignitários e outros convidados foi confirmada à media pelo primeiro secretário do partido Frelimo na província do Niassa, Iassalde Uessene.
Foi por causa do aparato que se assiste na pacata região de Matchedje em particular e do Niassa em geral – que está igualmente a receber milhares de visitantes por ocasião do 10º Festival Nacional de Cultura que esta quinta-feira arranca em Lichinga que o responsável máximo da Polícia de Trânsito (PT) lançou um inusitado apelo.
Gervásio Mpuquiua, subinspector da polícia e chefe das Operações da PT no Niassa lançou um forte apelo aos automobilistas, agentes da corporação e público em geral para atenção redobrada e evitar condutas incorrectas nestes dias de movimentações invulgares na região.
“Não queremos sangue nas nossas estradas (…). Renovamos o nosso apelo aos condutores, motociclistas e peões para a observância das normas de segurança rodoviária, para evitar acidentes de viação que podem manchar os três acontecimentos (aniversário do II congresso, festival nacional da cultura e visita presidencial)”, exortou Mpuquiua.
O graduado da Polícia da República de Moçambique (PRM) dirigiu ainda um apelo especial aos automobilistas no sentido de “evitar subornar os agentes da PT”.
Dirigindo-se aos seus colegas que zelam pela regulamentação do trânsito nas estradas Gervásio Mpuquiua exortou-os a “evitar extorsões”, sob risco de sancionamento tanto para quem subornar, como para aquele que extorquir.
“Também apelamos aos peões, de modo a caminharem sempre pelos passeios ou bermas, no sentido contrário ao que seguem os carros”, advertiu o agente responsável pela gestão do tráfego rodoviário na província menos desenvolvida de Moçambique.
Gervásio Mpuquiua foi ao extremo de refrescar ensinamentos ministrados nas escolas de condução: pautar por uma condução defensiva, respeitar rigorosamente os sinais de trânsito, repousar aproximadamente 30 minutos antes de iniciar uma viagem de aproximadamente 200 quilómetros ou fazer exercícios físicos depois de percorrer a referida distância, evitar refeições pesadas durante a condução, entre outras dicas.
“Pensem primeiro na vossa vida, na das vossas famílias e nas de outros utentes da via, de modo a levar as pessoas ao destino e em segurança”, sublinhou Gervásio Mpuquiua.
Fora os 3000 convidados oficiais, a Matchedje vão convergir outros milhares de indivíduos nacionais e estrangeiros, esperando-se que a maioria dos expatriados seja oriunda da vizinha Tanzania, onde foi fundada a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e possuía as suas bases de treino militar durante a luta contra o colonialismo português.
À excepção da anfitrião Niassa e vizinha Cabo Delgado (berço da luta de libertação nacional), que têm convidados aos milhares para a festa de Matchedje, as restantes províncias de Moçambique têm reservas de lugar para pelo menos dois antigos guerrilheiros da FRELIMO e quatro líderes religiosos.
O II Congresso da FRELIMO, o último a ser dirigido pelo fundador desta organização, Eduardo Chivambo Mondlane, realizou-se de 20 a 25 de Julho de 1968. Foi a primeira reunião magna do movimento libertador a acontecer dentro de Moçambique, em plena guerra contra as tropas que aqui defendiam o regime colonial português.
Por conta do 10º Festival Nacional da Cultura, a decorrer entre os dias 26 e 30 deste Julho, viajaram para Niassa outras perto de 3500 pessoas de todas as províncias de Moçambique, de acordo com o ministro da Cultura e Turismo, Silva Dunduro.
Arlindo Chilundo, governador do Niassa, aponta as infraestruturas como principal legado que estas celebrações vão deixar para a província.
“Se antes se levavam oito horas para se percorrer 264 quilómetros entre Lichinga e Matchedje, essa mesma distância hoje é feita em 210 minutos”, exemplificou Chilundo.
Redacção