Nyusi e os refugiados
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, considera que o seu país tem seguido políticas favoráveis à integração de refugiados e imigrantes, promovendo oportunidades em prol deste grupo populacional.
“Moçambique é um país que acolhe refugiados oriundos, principalmente, dos países africanos, devido a vários factores, nomeadamente a sua localização geográfica, estabilidade política, disponibilidade de terra e acesso fácil a oportunidades de negócios”, declarou Nyusi, discursando segunda-feira em Nova Iorque na reunião de alto nível sobre refugiados e migrantes, alusiva à Assembleia Geral das Nações Unidas.
Assinalando que o país acolhe cerca de 23 mil pessoas requerentes de asilo, Filipe Nyusi declarou que Moçambique viu milhares de cidadãos seus a procurarem refúgio no vizinho Malaui, entre o final do ano passado e o princípio deste, devido a confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, no centro do país.
“Milhares de moçambicanos na província de Tete viram-se forçados a abandonar as suas casas para o Malaui por causa dos ataques dos homens armados da Renamo. Felizmente, muitos regressaram, permanecendo naquele país vizinho 1.500 cidadãos”, realçou Nyusi.
O centro e o norte de Moçambique têm sido palco de confrontos entre as FDS moçambicanas e o braço armado da Renamo, com ataques a alvos militares e civis que o Governo atribuiu ao principal partido de oposição.
Os confrontos e os ataques foram desencadeados pela recusa do principal partido de oposição em reconhecer os resultados das eleições gerai de 2014 e pela sua exigência de governar nas seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.
Governo e Renamo estão em negociações para o encerramento de mais um ciclo de violência em Moçambique, mas ainda não alcançaram acordo sobre os pontos de agenda.