O batom

Vamos sorrir à beleza do batom nos nossos lábios a pensar que estamos efectivamente lindos!

Uma vez mais, esta quarta-feira assistimos a um festival de aplausos, abraços e sorrisos na “escolinha do barulho” depois da aprovação dos “consensos” alcançados pelos irmãos Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama (que Deus o tenha) logrados em conversas telefónicas e visitas às imediações do esconderijo rigorosamente sitiado deste, que acabou morrendo nas matas por dificuldades/demora de socorro médico.

Efectivamente, na falta de beleza natural plena ou tida por insuficiente, muitas damas se socorrem das maquiagens. Igualmente em situações de fome/penúria o bebé até com chucha se contenta e cala o choro que devia ser resolvido a mama ou biberon com leite. São os ditos paliativos de ocasião.

Nas paragens por onde anda a caravana por estes dias, nada melhor que se contentar com este tipo de “consensos” celebrados por todos e todos a reclamar proveitos por eles.

O melhor é mesmo acreditar numa das estrofes do nosso Hino Nacional (pedra a pedra construindo um novo dia…) mesmo vendo em redor algumas facas longas.

Importa aqui salientar que mesmo naquele ambiente “festivo” e de “irmandade plena” a chefe da bancada parlamentar da FRELIMO não adiou o sublinhar de que a descentralização terá como moeda de troca a desmilitarização da RENAMO e o desarmamento e reintegração das suas “forças residuais”.

De imediato a “irmã” da bancada da “perdiz” não se fez de rogada e respondeu que a matéria da integração dos “comandos” da RENAMO em todos os níveis da estrutura de liderança das Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique é para ser concretizada.

Posto isto apenas nos resta redobrar preces para que tudo continue se resolvendo a contento porque este pode ser o primeiro passo, mesmo que periclitante, para o bom porto desejado por todos de boa-fé.

Uma palavrinha para os Órgãos de Gestão Eleitoral: maior transparência nos pleitos em vista por forma a conferir maior credibilidade, já que por diversas vezes foram apontados como principais fontes de conflito político e militar em Moçambique.

REFINALDO CHILENGUE

Este artigo foi publicado em primeira mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, edição de 25 de Maio de 2018, na rubrica semanal TIKU 15!

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