O cúmulo do embrutecimento colectivo
Numa comunidade de gente normal, pode estimular-se pessoas adultas e vacinadas que não sejam idiotas a adquirirem ingressos para ir assistir a um desafio de futebol ─ a título exemplificativo ─ sem que se conheçam as equipas contendoras?
Como se tal não bastasse, é sabido por quase todos os integrantes dessa mesma comunidade que, habitualmente, o resultado do jogo não depende do desempenho dos atletas em presença, mas da equipa de arbitragem e da própria federação. Até que casos há em que a equipa de arbitragem anuncia um resultado e, sem argumentação alguma, a federação diz que afinal o resultado é outro.
O certo é que, numa determinada comunidade, por estes dias está a se gastar rios de dinheiro em campanha de motivação e inscrições para que as pessoas se habilitem a ir ver e apoiar uma partida de contendores que ninguém conhece, cujo vencedor é invariavelmente o mesmo.
Agravante é que se sabe que é quase regra que, durante os treinos e a própria partida, o ambiente envolvente é deveras violento, com a polícia local a apoiar uma das equipas em detrimento das restantes, com rescaldo de mortes, detenções e ferimentos, mas os organizadores insistem em fazer crer a todos que aquele é momento de festa e todos os adultos devem nela participar.
Curiosamente, as equipas de arbitragem, em todas as temporadas, são lideradas por líderes religiosos que, com toda a calma, alma e um à-vontade espantoso, dão o seu beneplácito a este embrutecimento colectivo.
Estou a falar só!
A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras! Digo/escrevo isto porque ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá, eternamente.
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 18 de Março de 2024, na rubrica TIKU 15.
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