O número de prisioneiro soltos pelos Namparhamas em Nacala Porto
Faltam dados oficiais relativos aos sucessivos episódios violentos que têm marcado Moçambique nos últimos dois meses e pouco mais, no contexto do conflito pós-eleitoral, facto que concorre para especulações diversas.
O Redactor tentou, sem sucesso, recolher dados relativos às ocorrências violentas desta sexta-feira em Nacala Porto, segunda maior cidade da província nortenha de Nampula, depois de ter sido invadida nesta sexta-feira por guerreiros Namparhamas, alegadamente imunes às balas.
De meios não oficiais ficamos a saber que são nove os prisioneiros libertados no posto policial de Mocone.
Fontes do jornal Redactor referem que os atacantes disseram ao agente que detinha as chaves das celas do posto policial que teria de optar por uma das duas alternativas: colaborar [soltando os reclusos] ou ariscar a vida. Optou pela primeira.
Momentos depois os menos de dez Namparhamas que atacaram Nacala Porto desapareceram, se dispersando pelo Bairro do Triângulo.
Na vox populi em Nacala circulam rumores segundo os quais os cerca de 100 Namparhamas por perto poderão retornar à cidade portuária nos próximos dias para efectuar estragos maiores que os desta sexta-feira, aumentando ainda mais o espectro de medo na comunidade.
Igualmente não há dados oficiais sobre o rescaldo das acções armadas ocorridas na quinta-feira em Namapa, mas nas redes sociais circulam abundantes imagens (fotos e vídeos) mostrando corpos sem vida de presumíveis Namparhamas que se diz terem sido abatidos pelos militares do Governo e quantidades substanciais de bens, incluindo medicamentos [foto de destaque], alegadamente recuperados das bases dos guerreiros que em algum momento se dizem pró-Venâncio António Bila Mondlane.
Moçambique está a viver uma instabilidade inédita que se agravou desde 21 de Outubro, quando começaram as manifestações alegadamente para reclamar a “verdade eleitoral” do pleito de 09 de Outubro, convocadas pelo candidato Venâncio Mondlane, que rejeita a segunda posição que os resultados oficiais lhe colocam.
A situação está a ser amplamente aproveitada por insurgentes extremistas que desde Outubro de 2017 atacam diversas regiões no Norte de Moçambique e pelos grupos de guerreiros Namparhamas, cujas reivindicações não têm sido claras e que, ao que algumas fontes do Redactor referiram, estão já a ocupar algumas antigas bases da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) na Zambézia, no Centro de Moçambique.
Redactor