O partido da teimosia dançado no escuro enquanto o povo grita

Ah, a teimosia da Frelimo, essa instituição que se agarra ao poder com a mesma firmeza que um gato se agarra às cortinas durante um banho inesperado. Parece que a única coisa que alimenta seus dirigentes, além de discursos intermináveis, é a capacidade de ignorar qualquer sinal popular que não seja uma salva de palmas previamente ensaiada.

Imagine a cena: no Aeroporto Internacional de Mavalane, um espetáculo digno de um filme tragicômico. De um lado, crianças ajoelhadas, mãos unidas, orando fervorosamente pelo Venâncio. 

“Deus, se não nos deres líderes melhores, ao menos nos dá paciência para aturá-los!” Do outro lado, camaradas com o coração dividido, querendo correr para recepcioná-lo, mas com o pé preso no cimento da disciplina partidária. “Se eu for lá, quem paga o preço? Minha consciência ou minha carteira?” 

E aí está o dilema: na Frelimo, até a emoção precisa de autorização prévia. Desejo reprimido virou rotina! É como se todos estivessem participando de um festival de tortura emocional. Você quer agir, mas lembra que as câmeras do partido estão sempre ligadas, captando qualquer sinal de “traição”. 

Enquanto isso, a teimosia dança no salão principal, segurando o poder pela cintura, girando como num tango mal ensaiado. A sociedade, do lado de fora, olha pela janela e grita: “Parem de dançar sozinhos! Chamem o povo para a festa!” 

Mas quem disse que a Frelimo ouve? Estão ocupados demais negando os sinais sociais como um adolescente negando ter comido o último pedaço de bolo. “Não fomos nós, foi o imperialismo!”

O repúdio é inevitável. E a população, essa que ainda acredita na mudança, começa a pintar sua indignação nas paredes, nas redes sociais e até no céu, se for necessário. Mas o partido, ah, o partido, coloca óculos escuros e segue firme. “Se não enxergarmos, não existe!”

No final das contas, a Frelimo virou uma espécie de maestro desastrado, tentando conduzir uma orquestra enquanto a plateia já abandonou o teatro. Mas cuidado, meus caros camaradas do topo: a teimosia pode ser boa para evitar dietas, mas nunca para governar um país inteiro.

No dia da tomada de posse só podemos esperar a recolha de pessoas em camioes vindas dos distritos para evitar passar-se  vergonha. Até irão pagar passagens para algumas pessoas nas províncias para preencher as cadeiras vazias como fizeram com a partida de futebol com a Guiné Bissau. 

Se isto não for uma espécie de comédia, só pode ser o fim do partidão.

JÚNIOR RAFAEL OPUHA KHONLEKELA

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