O peixe morre pela boca

O peixe morre pela boca – No dia 28 de Janeiro, o Presidente Filipe Nyusi, na qualidade de Comandante-em-chefe das Forças de Defesa e Segurança, visitou alguns aquartelamentos das tropas, em Cabo Delgado, onde a guerra protagonizada por Al-Shabab contra populações indefesas das regiões costerias, é uma realidade inegável, desde 05 de Outubro de 2017.

A guerra está a matar, em Cabo Delgado e as populações vivem em insegurança. Quando anoitece, refugiam-se nas matas. A guerra começou com o ataque ao Comando Distrital da Polícia, na Mocímboa da Praia, a 5 de Outubro de 2017, e as autoridades disseram que eram simples bandidos. Os atacantes são conduzidos pela ideologia de um islamismo terrorista e radical. Eles pretendem impor, em Moçambique, um Estado com base em “sharia”, um conjunto de leis islâmicas, baseadas no Al Corão que se impõe ao Estado.

Se as autoridades não tomarem este assunto com a devida seriedade, o povo e o país poderão pagar uma pesada factura. O jacaré mata-se ainda pequeno ou mesmo ainda em ovo, diz povo. O Al-Shabab está ficando cada vez maior e a ganhar robustez, nas regiões costeiras da província de Cabo Delgado, enquanto em Maputo se intoxica a opinião pública com falsas notícias. O governo, ao invés de se organizar para fazerem frente ao Al-Shabab perde muito tempo a perseguir a jornalistas, académicos e empresários.

A visita-relâmpago aos aquartelamentos militares de Cabo Delgado e vimos nessa deslocação repentina do Presidente Filipe Nyusi como que um despertar de consciência de que o Estado deve começar a encarar a situação  de outra maneira e  com a elevada preocupação  que a situação  requer. O terrorismo não se combate com propaganda política mas, sim, com acções concretas militares e no sector social. Não  é isso que o governo tem vindo a fazer, pois tem se limitado a fazer propaganda, perseguir pessoas de bem e um pouco mais que isso. Não fica bem para um Estado sério dizer que o [já falecido] empresário Andrew Hannekon seja o financiador dos insurgentes e o jornalista Amade Abobacar esteja ligado aos bandidos que decapitam gente indefesa.

O Presidente Filipe Nyusi fala da existência de “fomentadores da desunião de moçambicanos”. Quem são os fomentadores de que o Presidente faz referência? Segundo a nossa experiência, os fomentadores da desunião dos moçambicanos são aqueles que, de maneira sistemática, fazem fraudes eleitorais para não saírem do poder. São  aqueles que fizeram a contratação de dívidas inconstitucionais e empurraram a factura para o povo pagar. São os que discriminam outros moçambicanos pela sua cor partidária. São aqueles que criaram os esquadrões da morte para raptarem e matarem outros moçambicanos que não sejam do partido governamental, ou seja, moçambicanos dos partidos da oposição, académicos e jornalistas. Quem fomenta a desunião dos moçambicanos é a Frelimo, o partido de que Filipe Nyusi é  presidente.

Não pode haver contemplações perante quem assassina o povo moçambicano” – Filipe Nyusi.

Quantas centenas de moçambicanos foram assassinados pelos esquadrões da morte?

A quem pertencem os  esquadrões da morte?

Quem os criou e para que fins?

O povo pode tolerar a quem manda dizimar seus  parentes? O peixe morre pela boca…

Foi notória a solidariedade das instituições de Justiça em volta de Manuel Chang, implicitamente dos 17 citados nas dívidas ilegais, a fim de faze-lo escapar da justiça americana, esquecendo-se de tantos outros moçambicanos a apodrecer nas cadeias sul-africanas.

A azáfama para salvar os lesa-pátria é muito grande, mas não  conseguirão.

EDWIN HOUNNOU

Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Correio da manhã, na sua edição de 07 de Fevereiro de 2019, na rubrica semanal denominada MIRADOURO

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