O que teria Trump fumado?

O Presidente norte-americano aludiu no sábado a um atentado terrorista na Suécia, inexistente, para justificar a sua política anti-imigração, num discurso que levou o ex-primeiro-ministro sueco Carl Bildt e perguntar o que teria Donald Trump fumado.

“Olhem para o que se passa na Alemanha, olhem para o que se passou ontem à noite [sexta-feira] na Suécia. A Suécia, quem haveria de pensar? A Suécia. Eles acolheram muitos refugiados e agora têm problemas como nunca imaginaram que iriam ter”, afirmou Donald Trump num discurso virulento na Florida em defesa da sua política antirrefugiados e anti-imigração.

A falsa informação propagou-se rapidamente na rede social Twitter, onde o ex-primeiro-ministro sueco Carl Bildt escreveu: “A Suécia? Um atentado? O que é que ele fumou?”.

A declaração de Trump animou a rede social sob o ‘hashtag’ #LastNightinSweden (ontem à noite na Súécia) e #SwedenIncident (incidente na Suécia), onde Trump foi ridicularizado um pouco por todo o mundo.

Esta não é a primeira vez que membros da administração Trump, e agora o próprio, se referem a ataques terroristas inexistentes – justificados posteriormente como lapsos.

Kellyanne Conway, a conselheira de Trump – que inventou a noção de “factos alternativos” – referiu-se ao “massacre de Bowling Green” numa entrevista e explicou mais tarde que se referia aos “terroristas de Bowling Green”, dois iraquianos condenados em 2011 por tentarem enviar dinheiro e armas para a al-Qaeda.

Também o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, falou por três vezes numa semana no atentado de Atlanta (no Estado da Geórgia), antes de se lembrar que o mesmo tinha na verdade acontecido em Orlando, na Florida.

Redacção & agências

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