O real papel de Matsangaíssa
O real papel – Com alguma pompa e circunstância apareceu, na semana passada, na cidade de Maputo e, inclusivamente circulou pelos corredores do Palácio Presidencial e privou com o chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, o jovem André Oliveira Matadi Matsangaíssa.
A primeira indicação dada oficial e publicamente foi a de que Matsangaíssa havia “abandonado” a Junta Militar da RENAMO (JMR) e se “entregue” às autoridades, juntando-se ao processo de Desarmamento Desmobilização e Reintegração (DDR).
Todavia, os movimentos subsequentes do jovem Matsangaíssa na cidade de Maputo parecem tudo, menos de quem desertou da JMR e deu costas ao líder desta, major-general Marino Nhongo Chissingue, senão vejamos.
Nas primeiras declarações públicas se assumiu como um “peregrino da paz” e frisou que estava em Maputo em busca desta, porque a RENAMO deve deixar de ser um “padrinho da guerra”.
Na sua segunda aparição pública sublinhou este desígnio e apresentou o caderno reivindicativo da JMR, evidenciando, assim, o seu papel de emissário de Nhongo e colocando Nyusi na embaraçosa situação de ter dois interlocutores em nome da RENAMO, a par de Ossufo Momade, o presidente legítimo deste partido.
A “apresentação” do jovem Matsangaíssa em Maputo chegou a transmitir a ideia de uma JMR estava desorientada, fragilizada e eminentemente anulada, quadro aparentemente desmentido com o episódio deste 04 de Março na linha ferroviária de Sena (Redactor Nº 6020, págs. 1 e 2).
Na sua interacção com a media em Maputo André Oliveira Matadi Matsangaíssia prometeu voltar, nos próximos dias, à procedência “para acabar com os problemas e os conflitos na zona Centro, para que haja uma paz definitiva para trabalharmos” em Moçambique.
É nítido que a JMR reduziu a actividade armada na sequência do cessar-fogo unilateral declarado por Marino Nhongo Chissingue em 24 de Outubro de 2020, alegadamente para criar condições para as negociações que parece estarem a decorrer, por intermédio do jovem Matsangaíssa.
O exercício político do jovem Matsangaíssa pode, igualmente, concorrer para agudizar a contestação interna à liderança de Ossufo Momade na RENAMO e catapultar a inserção do partido Frelimo inclusivamente em círculos eleitorais tradicionalmente afectos à “perdiz”, Sofala, Manica, Tete, Zambézia e Nampula, inclusivamente. (O real papel de Matsangaíssa)
Não vão espantar pelo menos aos mais atentos esforços das alas mais retrógradas do partido Frelimo e da RENAMO para dificultar e inviabilizar este “meio termo” em marcha, claramente sob a batuta do enviado especial do SG da ONU, ex-embaixador suíço e mediador no processo de DDR, Mirko Manzoni que, diga-se, carece de credibilidade como mediador em sectores sensíveis, incluindo junto do próprio Mariano Nhongo.
A MINTHIRU IVULA VULA KUTLHULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras!
Digo/escrevo isto porque que ainda creio que, como em anteriores desafios, Moçambique triunfará e permanecerá, eternamente.
REFINALDO CHILENGUE
Este artigo intitulado “O real papel de Matsangaíssa” foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 12 de Março de 2021, na rubrica de opinião denominado TIKU 15
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