Ódio – uma reflexão a não perder da lavra do economista António Matebele
Ódio
É uma das fraquezas do Homem, manifestadas contra o seu semelhante. Este padecimento é um sentimento antípoda ao amor. O Homem recorre mais depressa ao ódio que ao amor. Ao longo da nossa vida, quando perdemos a pureza pueril, temos mais facilidade em sermos cultores do ódio que do amor. Com efeito, e a título dos muitos exemplos que poderia para aqui trazer, o rapaz recém-saído do estágio etário infanto-juvenil começa a odiar o colega que lhe tenha roubado a namoradinha.
Mas afinal o que é o ódio. É a antipatia e a aversão para com algo ou alguém. Trata-se de um sentimento negativo em que se deseja mal ao sujeito ou objecto odiado.
O ódio nunca é construtivo. É reciprocamente destrutivo. A pessoa que odeia auto-desgasta-se e auto-corrói-se no fel por ele destilado contra o seu inimigo. Por outro lado, a pessoa odiada, quando se apercebe, que alguém a odeia, auto-consome-se, criando condições para sua auto-defesa ou para tomar iniciativas estratégicas para, no curto espaço de tempo e a menor custo possível, destrua o inimigo.
O ódio não tem grandeza nem nobreza. Consome recursos tangíveis e intangíveis de ambas as partes envolvidas. As partes protagonizadoras deste baixo sentimento podem até desenvolver patologias psico-somáticas graves, incuráveis e caras.
Nos casais, por vezes, infelizmente, são desenvolvidas más relações entre marido e mulher em que o não costume de diálogo franco e são, a infidelidade, a mentira, falsidade, desconfiança, o ciúme, predispõe os cônjuges a desenvolverem uma relação pouco saudável que, normalmente, descamba em ódio entre as partes. Nestes casos as principais vítimas costumam ser os filhos, que são obrigados a viver num ambiente familiar ao bom desenvolvimento físico, emocional, afectivo e social. O mal é, portanto, um mal de perigosa transversalidade, tal como é a sarna ou outra doença contagiosa, que ataca pessoas alheias às suas causas.
Santo Agostinho, perguntava no ano 345 da nossa era, “mas de onde vem o mal, se Deus é bom e fez boas criaturas? Ele é certamente o sumo bem, e as criaturas são bens menores. Mas o criador e as criaturas, todos são bons. De onde então vem o mal?” (Confissões, pág. 175). Mal este incubador do ódio!
O próprio Homem na sua primária ganância de querer ser mais poderoso que outrem criou relações não iguais de distribuição da riqueza. Através da espada, lança, termos de troca desvantajosos e contratos leoninos, criou contratos desiguais entre as pessoas. Estas vendo-se intrujadas começaram a semear o sentimento de ódio entre elas.
No lugar de nós nos amarmos começamos a desenvolver formas baseadas na esperteza e na astúcia para nos apropriarmos dos bens alheios. Desta feita a globalização deixou de ser uma sã relação entre os homens para passar a ser uma forma de submissão de uma parte por outra.
Mulheres e Homens moçambicanos sejamos cultores do AMOR para que o ódio jamais surja no nosso País.
Viva a Paz!
Vamos trabalhar!
ANTÓNIO MATABELE*
*Economista
Este artigo foi publicado em primeira-mão na versão PDF do jornal Redactor, na sua edição de 10 de Janeiro de 2025, na rubrica de opinião denominada N’siripwiti – gato do mato.
Caso esteja interessado em passar a receber o PDF do Redactorfavor ligar para 844101414 ou envie e-mail para correiodamanha@tvcabo.co.mz
Também pode optar por pedir a edição do seu interesse através de uma mensagem via WhatsApp (84 3085360), enviando, primeiro, por mPesa, para esse mesmo número, 50 meticais ou pagando pelo paypal associado ao refinaldo@gmail.com
Gratos pela preferência