Onze guerrilheiros: Nhongo
Onze guerrilheiros abandonam ala dissidente de Mariano Nhongo e alinham pelo processo de Desarmamento, Desmobilização e Reiteração (DDR).
O facto foi anunciado esta quinta-feira em Muxungue, distrito de Chibabava, na província de Sofala, pelo secretário-geral da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
“Estamos em contacto com eles [guerrilheiros da ala dissidente] e eles mostram-se bastante arrependidos”, declarou o secretário-geral da Renamo, André Magibire.
O secretário-geral do principal partido de oposição em Moçambique falava em Muxungue, distrito de Chibabava, na província de Sofala, durante a segunda etapa do processo de DDR, no âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado em Agosto de 2019.
Segundo Magibire, do grupo de onze elementos da autoproclamada Junta Militar, três já entregaram as respectivas armas, sendo que os restantes serão abrangidos nas fases subsequentes do DDR.
Para o secretário-geral da Renamo, a decisão destes onze guerrilheiros é “um bom sinal” e o partido está aberto para os apoiar, dentro do “espírito de perdão e solidariedade”.
“Achamos que todos devem beneficiar deste processo”, frisou André Magibire, acrescentando que acredita que para além destes onze guerrilheiros, mais combatentes daquele grupo que permanece entrincheirado na região vão desistir das incursões armadas no Centro de Moçambique.
A autoproclamada Junta Militar é liderada pelo Major-General Mariano Nhongo, ex-dirigente da guerrilha, e é acusada de protagonizar ataques visando forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estrada da região centro, tendo causado, pelo menos, 24 mortos.
Entre várias reivindicações, Nhongo exige a demissão do actual presidente da Renamo, Ossufo Momade, acusando-o de ter desviado as negociações de paz dos ideais do seu antecessor, Afonso Dhlakama, líder histórico do partido que morreu no dia 03 de Maio de 2018.
O processo de Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração, que envolve cerca de 5.000 membros do braço armado do maior partido da oposição, arrancou no dia 04 de Junho, devendo terminar o mais tardar a 25 de Junho de 2021, de acordo com o horizonte temporal avançado pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi.
Desde então já foram abrangidos 38 ex-guerrilheiros em Savane, 251 ex-guerrilheiros em Chibabava e outros 303 em Dondo, na província de Sofala, Centro do país.
Chibabava é a região onde nasceu Dhlakama, que morreu em Gorongosa, ambas as localidades situadas na província central moçambicana de Sofala, coincidentemente principal teatro operacional da Junta Militar da RENAMO, liderada pelo Major-General Mariano Nhongo, este que é antigo braço direto do falecido líder carismático da “perdiz”.
(Correio da manhã de Moçambique)